São Paulo, segunda-feira, 12 de maio de 2008

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Mutação fez tomate doméstico ficar grande, diz grupo americano

Variedade plantada hoje é centenas de vezes maior que a fruta selvagem

JULIE STEENHUYSEN
DA REUTERS

O segredo por trás da produção de tomates grandes não está no fertilizante ou em condições perfeitas de solo, mas em umas poucas mudanças genéticas que, com o tempo, resultaram em frutas centenas de vezes maiores que seus ancestrais selvagens. A conclusão é de cientistas americanos.
"O tomate-cereja pareceria muito grande comparado aos que são encontrados na natureza", disse Steven Tanksley, da Universidade Cornell. Ele tem tentado entender as mudanças genéticas que permitiram aos humanos transformar os tomates selvagens -que têm o tamanho de um mirtilo- em variedades de meio quilo ou mais.
"Os humanos começaram a domesticar plantas há 10 mil anos. Eles não tinham nenhum conhecimento de genética e de melhoramento, mas de alguma forma eles produziram essas mudanças genéticas nas plantas", afirmou. "A pergunta é: como e o que eles fizeram?"
Tanksley centralizou sua pesquisa nas mudanças genéticas que dão origem ao grande número de compartimentos, ou lóculos, do tomate doméstico. O tomate selvagem tem um ou dois lóculos apenas.
"Alguma coisa fez a planta começar a fazer esses compartimentos, e, com mais compartimentos, você pode criar uma fruta maior", disse o cientista, cujo estudo foi publicado na revista "Nature Genetics".
Para entender esse processo, ele mapeou os genes do tomate, em busca de diferenças entre as variedades doméstica e selvagem. Isso resultou em cerca de dez genes. A busca, então, foi refinada, e Tanksley e seus colegas chegaram então a uma mutação chamada "fas". O tomate selvagem não a possuía.
Quando os cientistas pegaram a versão "selvagem" (sem mutação) do gene e a inseriram em uma planta doméstica, ela começou a produzir tomates pequenos. Tanksley diz que a mutação enfraquece um sinal que diz à planta para parar de fazer lóculos.


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