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Mutação fez tomate doméstico ficar grande, diz grupo americano
Variedade plantada hoje é centenas de vezes maior que a fruta selvagem
JULIE STEENHUYSEN
DA REUTERS
O segredo por trás da produção de tomates grandes não está no fertilizante ou em condições perfeitas de solo, mas em
umas poucas mudanças genéticas que, com o tempo, resultaram em frutas centenas de vezes maiores que seus ancestrais
selvagens. A conclusão é de
cientistas americanos.
"O tomate-cereja pareceria
muito grande comparado aos
que são encontrados na natureza", disse Steven Tanksley, da
Universidade Cornell. Ele tem
tentado entender as mudanças
genéticas que permitiram aos
humanos transformar os tomates selvagens -que têm o tamanho de um mirtilo- em variedades de meio quilo ou mais.
"Os humanos começaram a
domesticar plantas há 10 mil
anos. Eles não tinham nenhum
conhecimento de genética e de
melhoramento, mas de alguma
forma eles produziram essas
mudanças genéticas nas plantas", afirmou. "A pergunta é:
como e o que eles fizeram?"
Tanksley centralizou sua
pesquisa nas mudanças genéticas que dão origem ao grande
número de compartimentos,
ou lóculos, do tomate doméstico. O tomate selvagem tem um
ou dois lóculos apenas.
"Alguma coisa fez a planta
começar a fazer esses compartimentos, e, com mais compartimentos, você pode criar uma
fruta maior", disse o cientista,
cujo estudo foi publicado na revista "Nature Genetics".
Para entender esse processo,
ele mapeou os genes do tomate,
em busca de diferenças entre as
variedades doméstica e selvagem. Isso resultou em cerca de
dez genes. A busca, então, foi
refinada, e Tanksley e seus colegas chegaram então a uma
mutação chamada "fas". O tomate selvagem não a possuía.
Quando os cientistas pegaram a versão "selvagem" (sem
mutação) do gene e a inseriram
em uma planta doméstica, ela
começou a produzir tomates
pequenos. Tanksley diz que a
mutação enfraquece um sinal
que diz à planta para parar de
fazer lóculos.
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