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Pílula não eleva risco de infarto,
diz estudo; especialista contesta
DANIELA SANDLER
da Reportagem Local
Tomar pílula anticoncepcional
não aumentaria o risco de ataque
cardíaco, segundo um estudo publicado hoje na revista científica
"British Medical Journal". A pesquisa foi feita na Unidade de Pesquisa de Segurança de Drogas de
Southampton, no Reino Unido.
De 450 mulheres que haviam sofrido ataque cardíaco entre os 16 e
os 44 anos, 87% não tomavam anticoncepcionais. Além disso, 88%
delas tinham outros fatores de risco, como tabagismo.
Anticoncepcionais elevam o risco da formação de trombos (coágulos de sangue), que podem obstruir vasos sanguíneos. A obstrução de vasos no coração causa infarto. Por isso, muitos consideram
que os anticoncepcionais aumentam o risco de ataque cardíaco.
Apesar da nova pesquisa, a questão ainda é controversa. O cardiologista Francisco Fonseca, da Unifesp (Universidade Federal de São
Paulo), afirma que "é prematuro
dizer que não há riscos".
Ele acrescenta que anticoncepcionais alteram a coagulação do
sangue e podem expor a pessoa a
ataques cardiovasculares, como
infarto e embolia pulmonar. Mas
ele diz também que o principal fator associado ao infarto em mulheres entre 35 e 44 anos é o fumo.
Para o ginecologista José Mendes
Aldrighi, da USP, "a pesquisa comprova o que já se sabia". Segundo
ele, a pílula não aumenta as chances de infarto em mulheres com
menos de 35 anos que não tenham
nenhum outro fator de risco.
Os principais fatores são fumo
-inclusive passivo-, obesidade,
hipertensão, diabetes, vida sedentária e antecedentes familiares.
Um artigo sobre o estudo, na
mesma revista, também destaca
que o "vilão" é o fumo, afirmando
que, se todas as mulheres em idade
reprodutiva parassem de fumar,
73% dos infartos agudos do miocárdio nessa fase seriam evitados.
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