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Papagaio Alex, que revolucionou estudo da linguagem, morre aos 31
Associated Press/Universidade Brandeis
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Alex participa de um experimento científico, em 2006 |
DA REDAÇÃO
O papagaio cinza africano
Alex, provavelmente a ave
mais famosa do mundo científico, acaba de deixar um
grupo de etólogos órfãos.
Destaque de programas de
TV e de artigos científicos
por saber reconhecer cores,
falar mais de cem palavras e
contar até seis (incluindo o
zero), Alex morreu, de causa
ainda desconhecida, na última sexta-feira.
O papagaio, de 31 anos, estava com a psicóloga Irene
Pepperberg, pesquisadora
das universidades Brandeis e
Harvard, havia três décadas.
As pesquisas dela com ele
renderam avanços científicos significativos sobre cognição das aves e evolução da
linguagem no cérebro.
Foi a partir desses estudos
que se descobriu que papagaios não apenas repetem
sons, mas são capazes entender conceitos.
Em 1977, quando Pepperberg, então aluna de doutorado em química, comprou
Alex em uma loja de animais,
cientistas tinham poucas expectativas de que uma ave
pudesse aprender a se comunicar com seres humanos.
Usando novos métodos de
ensino, Pepperberg estimulou Alex a aprender grupos
de palavras, que ele podia colocar em categorias, e a contar pequenas quantidades,
além de fazer o reconhecimento de cores e de formas.
Alex chegou a chamar uma
maçã de "banereja", porque
a fruta é vermelha por fora
(como a cereja) e branca por
dentro (como a banana).
O trabalho foi revolucionário. "Mudou a forma como
pensávamos o cérebro das
aves", disse Diana Reiss, do
Hunter College, que trabalha com golfinhos. Outros
alertaram para que não se
humanizasse suas habilidades. Ele aprendeu e se comunicar em expressões básicas,
mas não mostrava o tipo de
lógica e capacidade de generalização de uma criança.
No entanto, há relatos de
que Alex instruía outros papagaios no laboratório a falarem melhor quando eles gaguejavam. E de vez em quando mostrava frustração com
exercícios repetitivos.
Pepperberg diz que Alex
ainda não tinha atingindo
sua capacidade máxima. Sua
última conversa com ele foi
na quinta-feira, quando se
despediu dizendo: "Comporte-se. Vejo você amanhã. Te
amo". Alex respondeu: "Você estará aqui amanhã".
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