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Neurocientista quer instituto em Natal
DA REDAÇÃO
Miguel Nicolelis não é aficionado só por neuropróteses e jogos
do Palmeiras, cujo escudo decora
uma bola de futebol na página de
seu laboratório na internet
(www.nicolelislab.net). A última
idéia fixa do brasileiro é montar
um instituto-modelo de neurociência em Natal (RN).
No mês passado, os ministérios
da Ciência e Tecnologia e da Educação se comprometeram a destinar R$ 2 milhões para começar a
tirar o instituto da esfera dos neurônios, sob a coordenação da
UFRN (Universidade Federal do
Rio Grande do Norte). A previsão
é tê-lo funcionando em três anos,
num terreno doado perto do açude do Bêbado, em Macaíba, a 30
km do centro da capital potiguar.
Nicolelis diz que a escolha de
Natal nada tem a ver com suas
praias e que não pensa em se
transferir de Durham, Carolina
do Norte -nem mesmo depois
do furacão Isabel. Explicação: sua
posição na Universidade Duke e
os milhões de dólares associados
a ela, necessários para comprar e
desenvolver os aparelhos usados
no Centro de Neuroengenharia.
A maior parte dos recursos do
projeto, coisa de 90%, vem de um
órgão que daria arrepios em muitos antimilitaristas, a Darpa
(Agência de Projetos de Pesquisa
Avançada de Defesa, dos Estados
Unidos), que entre outras coisas
induziu o parto da internet, nascida com o nome de Arpanet.
Nicolelis diz que o interesse da
agência está só no desenvolvimento de próteses inteligentes e
nos algoritmos paralelos, que podem contribuir para criar novas
arquiteturas de computação.
"Deixei muito claro que não aceitaria trabalhar no projeto se tivesse qualquer aplicação militar."
Segundo Nicolelis, nenhuma de
suas pesquisas tem caráter sigiloso, algo que seria corriqueiro no
caso de aplicações bélicas, como
interfaces homem-armas. Tudo,
diz o neurocientista, sai publicado
em revistas que empregam revisão por pares (outros pesquisadores da comunidade civil).
(ML)
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