São Paulo, terça-feira, 12 de outubro de 2010

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Depois de vexame, chefe do IPCC diz que permanece no cargo

Indiano Rajendra Pachauri diz que continua presidente, apesar de relatório pedindo saída

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O presidente do IPCC (painel de mudanças climáticas da ONU), Rajendra Pachauri, disse ontem que não pretende renunciar ao cargo.
A afirmação aconteceu durante a abertura de um evento do IPCC com a participação de 300 representantes, vindos de 130 países, em Busan, na Coreia do Sul.
Pachauri -que em 2007 recebeu em nome do painel o Nobel da Paz, dividido com com o ex-vice-presidente dos EUA Al Gore- reconheceu que houve "erros e falhas" em sua gestão, mas rechaçou a possibilidade de afastamento do cargo.
"Mudanças em uma organização tão importante e complexa como o IPCC são inevitáveis e já passaram da hora", disse ele.
Essa foi a primeira reunião do IPCC após a divulgação de um relatório, em 30 de agosto, que sugere várias reformas no painel. Entre elas, a impossibilidade de reeleição do mandato de seis anos do presidente do grupo.
Eleito pela primeira vez em 2002, eles está no segundo mandato à frente do IPCC.
A pressão por sua saída começou no início do ano, quando veio à tona uma série de falhas nas informações divulgadas pelo painel.
O principal erro foi a projeção de que as geleiras do Himalaia poderiam derreter já em 2035 -bem antes das previsões mais catastróficas.
Apesar dos erros, várias revisões científicas referendaram a maioria das conclusões do IPCC, inclusive a principal delas: há fortes indícios de que o homem seja o principal causador do aquecimento global.
Na sessão de ontem, nenhum país pediu que Rajendra Pachauri deixasse a presidência da entidade.
Alguns diplomatas afirmam que forçar sua saída poderia dar novo fôlego às atividades do IPCC, embora os céticos do clima pudessem usar o fato como reconhecimento de que o relatório do grupo estava equivocado.


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