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PALEOANTROPOLOGIA
Crânio sul-africano confirma data de migração humana
"Science"
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Imagem mostra crânio achado na África do Sul |
JOHN NOBLE WILFORD
DO "NEW YORK TIMES"
Analisando um crânio descoberto na África do Sul há
mais de 50 anos, cientistas
disseram ter obtido a primeira evidência fóssil a estabelecer a idade relativamente recente da dispersão do Homo
sapiens para fora da África.
Os migrantes parecem ter
chegado a seus novos lares
na Ásia e na Europa com feições plenamente africanas.
Uma equipe internacional
de pesquisadores relatou anteontem na edição on-line da
revista "Science" que a idade
do crânio sul-africano, cerca
de 36 mil anos, coincide com
a idade de restos de humanos
que viviam então na Europa
e no leste da Ásia.
A datação, disseram os
cientistas, introduz evidência independente para achados arqueológicos e estudos
genéticos recentes que mostram que os humanos modernos deixaram a África
subsaariana rumo à Eurásia
entre 65 mil e 25 mil anos
atrás, mais provavelmente
entre 45 mil e 35 mil anos
atrás no caso da Europa.
Até agora, os paleontólogos têm se frustrado com a
ausência de fósseis para testar a hipótese. O registro fóssil humano na África de 75
mil a 15 mil anos atrás é virtualmente inexistente.
No novo estudo, o grupo de
Frederick Grine, da Universidade de Nova York em
Stony Brook (EUA), concluiu
que o crânio africano é uma
corroboração fundamental
da hipótese de que os humanos completamente modernos surgiram na África e migraram, sem mudanças, para
colonizar a Europa e a Ásia.
O crânio é mais parecido
com fósseis europeus da
mesma idade que com populações africanas modernas.
Os cientistas disseram que
o crânio era a primeira evidência fóssil "em concordância com a teoria do "out-of-Africa" [para fora da África],
que prevê que humanos como aqueles que habitaram a
Eurásia deveriam ser encontrados na África subsaariana
há cerca de 36 mil anos".
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