São Paulo, domingo, 13 de maio de 2007

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Gore defende no Rio metas de emissão para 3º Mundo

Ex-vice-presidente dos EUA afirma, no entanto, que país rico deve liderar esforço

Estrela do filme "Uma Verdade Inconveniente" anunciou que cidade será palco de megaconcerto pelo ambiente em julho

Marcelo Carnaval/Folha Imagem
XOU DO CLIMA Ao lado de Xuxa, Al Gore anuncia a realização do Live Earth, ontem, no Rio; concerto de conscientização para a causa do clima terá apresentações em sete cidades no dia 7 de julho

VIVIAN MANNHEIMER
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

O ex-vice-presidente dos EUA Al Gore disse ontem no Rio que defende a imposição de metas de redução de emissões de gases de efeito estufa para países em desenvolvimento como China, Índia e Brasil.
Gore esteve na cidade para o lançamento oficial do concerto global "Live Earth". Depois, foi para São Paulo, onde deu uma palestra para empresários.
Ele disse que os esforços para combater o aquecimento global devem ser liderados pelos países ricos, mas que as nações pobres também têm responsabilidade, já que a China está entre os principais poluidores.
"Reduzir as emissões não é uma questão de direita ou esquerda; é uma questão moral."
Até o momento, pelo Protocolo de Kyoto apenas os países ricos têm a obrigação de cumprir metas. Há uma pressão grande deles para que os gigantes do Terceiro Mundo assumam compromissos numa segunda fase de Kyoto, que está sendo negociada neste ano.
"Quando uma criança está com febre, os pais seguem o que os médicos dizem. O planeta está com febre, por isso devemos também seguir o que mandam os especialistas", afirmou o político democrata, convertido em celebridade ambientalista após o sucesso do filme "Uma Verdade Inconveniente", estrelado por ele.

Resistência dos EUA
Apesar de os EUA serem o país que mais contribui com o aquecimento global, o governo de George W. Bush (que ganhou a Presidência em 2000 em disputa com Gore) se recusou a ratificar Kyoto.
Agora, os EUA tentam diluir o tom de uma declaração sobre o clima a ser adotada em junho durante a reunião do G8, o bloco dos países mais ricos.
Segundo a agência Reuters, diplomatas americanos tentam tirar da declaração uma proposta de limitar o aquecimento global a 2C neste século e a cortar suas emissões de gases-estufa am 50% abaixo dos níveis de 1990 em 2050.
Apesar de dizer que os EUA deveriam ratificar o protocolo, Gore defendeu o país, ao afirmar que já é possível notar uma mudança de atitude no Congresso sobre a questão. Ele citou o caso da Califórnia, primeiro Estado americano a impor uma legislação rigorosa sobre emissões.
O "Live Earth" ocorrerá em 7 de julho e deve durar 24 horas. No Rio, único lugar em que o show não será pago, será na praia de Copacabana (zona sul). As outras cidades são Tóquio, Xangai, Johannesburgo, Londres, Hamburgo e Nova Jersey. A lista dos participantes não foi confirmada. A renda será revertida para a ONG Alliance for Global Protection.


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