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EUA tentam minar acordo do G8 sobre aquecimento
País, que já rejeitou acordo de Kyoto, não quer meta nem prazo para cortar emissão
Reunião que acontece em
junho na Alemanha dará
o tom do acordo contra os
gases-estufa a ser adotado
pelo mundo após 2012
DA REDAÇÃO
A corrida rumo ao pós-Kyoto
já começou. E mal. Os EUA estão tentando diluir uma declaração sobre aquecimento global que deverá ser feita no mês
que vem, na reunião de cúpula
do G8 (o bloco dos oito países
mais industrializados do mundo), colocando-se em confronto com a anfitriã Alemanha.
Em um rascunho da declaração, datado do mês passado e
obtido pela agência de notícias
Reuters, os EUA se opõem a
uma proposta de limitar o
aquecimento global a 2C neste
século e a cortar suas emissões
de gases-estufa am 50% abaixo
dos níveis de 1990 em 2050.
Washington também questiona se as Nações Unidas são o
melhor fórum para resolver como atacar a crise climática, e
rejeita um trecho do documento que diz que os mercados de
carbono são a chave para o desenvolvimento de tecnologias
que não impactam o clima.
"Eles rejeitaram qualquer
menção a metas e prazos, não
querem que a ONU se envolva
mais e se recusam a endossar o
comércio de carbono porque
este, por definição, envolve metas", disse à Reuters uma fonte
envolvida com a questão.
Os chefes de Estado de Reino
Unido, EUA, Rússia, Canadá,
Japão, Itália e França se reúnem de 6 a 8 de junho na cidade
de Heligendamm, na costa do
mar Báltico. Também foram
convidados para o encontro os
presidentes dos cinco gigantes
do mundo subdesenvolvido:
Brasil, México, China, Índia e
África do Sul.
A chanceler alemã Angela
Merkel, anfitriã do encontro,
colocou a questão climática no
topo da agenda do G8+5, como
é conhecido o encontro. Espera-se que dessa reunião saia o
norte do acordo contra os gases
de efeito estufa que substituirá
o Protocolo de Kyoto -que expira em 2012.
O acordo oficial deve ser negociado em dezembro deste
ano em Bali, Indonésia, na reunião da Convenção do Clima da
ONU, que envolverá 180 países.
No entanto, como o grosso
das emissões de gás carbônico
do planeta vem e virá das nações do G8+5, a proposta de
pacto pós-Kyoto que for consenso entre essas nações deverá ser, em essência, o acordo
que o mundo inteiro adotará.
É praticamente consenso entre os cientistas que o mundo
precisa limitar o aquecimento
global a 2C em 2100 se quiser
evitar os piores efeitos da mudança climática. Para isso, será
necessário cortar as emissões
de gases-estufa pela metade,
pelo menos, até 2050.
A União Européia, que se impôs uma meta de 20% de corte
de emissões até 2020, tenta
pressionar os EUA de George
W. Bush (que rejeitou Kyoto) a
adotarem uma meta ambiciosa
de redução de emissões.
Mas a resistência de Washington é grande e arrasta consigo o governo canadense. "É
uma questão aberta se Merkel
estará preparada para aceitar
uma declaração diluída ou se
romperá com o G8 e declarará
fracasso na questão do clima",
disse outra fonte à Reuters.
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