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CLIMA
Leste amazônico esquentará até 7C, diz estudo do Inpe
JOÃO CARLOS MAGALHÃES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM
Estudo coordenado pelo
Inpe (Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais) e financiado pela Cia. Vale do Rio
Doce indica que o Maranhão
e o Pará devem se tornar
mais quentes e mais secos
que boa parte do resto do
Brasil até 2100.
O estudo utilizou como base os modelos do IPCC, sigla
em inglês para Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática, ligado à
ONU (Organização das Nações Unidas). Seus dados foram aperfeiçoados com modelos regionais.
O aumento da temperatura na região é considerado
"muito elevado" por Gilvan
Sampaio, pesquisador do Inpe que ajudou a coordenar o
trabalho. Segundo ele, em todo o século 20 o maior aumento observado no país foi
de 0,8C.
No Pará, por exemplo, o
calor pode subir até 6,5C
nos próximos 80 anos, segundo um modelo mais pessimista. Esse modelo leva em
conta um cenário com alta
emissão de gases causadores
do efeito estufa.
Mas, mesmo em uma previsão "otimista", de baixa
emissão, algumas regiões do
Estado (especialmente o
norte) devem ficar ao menos
4,5C mais quentes. No Maranhão, a elevação será ainda
maior e poderá alcançar 7C.
Em relação à chuva, sua
média diária deve ser menor
(até 4 milímetros a menos
por dia) e, quando cair, será
concentrada em alguns dias,
o que pode aumentar o risco
de enchentes. O modelo prevê que a Amazônia Oriental
possa ficar de 5% a 10% mais
seca já a partir de 2011.
Algumas localidades da
área, que tem hoje os maiores índices pluviométricos
do país, poderão ficar até um
mês sem nem sequer uma
gota d'água.
Os efeitos serão sentidos
tanto pela fauna quanto pela
agricultura, diz o estudo, que
não se aprofunda nas conseqüências do aquecimento.
Elas serão tratadas em outros dois relatórios, que serão lançados no fim de 2009.
Eles farão previsões e diagnósticos sobre como a mudança no clima nos dois Estados -onde a mineradora
possui boa parte de seus investimentos- afetará a biodiversidade, a produção econômica e o potencial de geração de energia.
A mineradora afirmou que
investiu R$ 1,5 milhão nos
relatórios.
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