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ESPAÇO
Estudo usou painel do Hubble
Poeira espacial pode danificar satélites
EUGENIE SAMUEL
DA "NEW SCIENTIST"
Partículas de poeira constituem
risco maior para satélites do que
grandes pedaços de lixo espacial,
segundo uma equipe de cientistas
britânicos que analisou os estragos deixados por esses pequenos
corpos nos painéis solares do telescópio Hubble.
A maior parte do lixo espacial,
mesmo objetos de apenas alguns
centímetros, é rastreada pela Força Aérea dos EUA. Isso permite
que qualquer nave em curso de
colisão com um desses objetos
possa ser desviada em tempo.
Mas há partículas tão pequenas
que nem são vistas no radar.
Para os pesquisadores da Open
University e da Oxford Brookes
University, essas partículas
-com apenas alguns micrômetros (milésimos de milímetro)-
são uma séria ameaça. Eles acreditam que grãos de poeira se vaporizem no impacto, criando um
plasma quente e condutor, induzindo correntes elétricas que poderiam perturbar sistemas eletrônicos em naves espaciais, potencialmente danificando-os.
Um meio de avaliar os riscos
oferecidos pela poeira espacial seria examinar as pequenas crateras
que se formam na superfície dos
ônibus espaciais. Mas isso não é
possível, já que a reentrada da nave na atmosfera apaga todas as
marcas deixadas pelos impactos.
Então, a equipe britânica decidiu estudar os painéis solares do
Hubble, removidos pela mesma
missão que trocou um espelho
defeituoso no telescópio. Os painéis voltaram à Terra dentro do
ônibus espacial, e por isso não foram alterados pela reentrada.
Neil McBride, da Open University, diz que os resultados suportam a tese de que as numerosas
partículas que orbitam a Terra sejam de fato uma ameaça para satélites. "Partículas naturais podem viajar a velocidades sete vezes maiores que partículas de lixo
espacial, o que significa que elas
podem produzir cerca de mil vezes mais plasma no impacto", diz.
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