São Paulo, segunda-feira, 13 de novembro de 2000

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ESPAÇO
Estudo usou painel do Hubble
Poeira espacial pode danificar satélites

EUGENIE SAMUEL
DA "NEW SCIENTIST"

Partículas de poeira constituem risco maior para satélites do que grandes pedaços de lixo espacial, segundo uma equipe de cientistas britânicos que analisou os estragos deixados por esses pequenos corpos nos painéis solares do telescópio Hubble.
A maior parte do lixo espacial, mesmo objetos de apenas alguns centímetros, é rastreada pela Força Aérea dos EUA. Isso permite que qualquer nave em curso de colisão com um desses objetos possa ser desviada em tempo. Mas há partículas tão pequenas que nem são vistas no radar.
Para os pesquisadores da Open University e da Oxford Brookes University, essas partículas -com apenas alguns micrômetros (milésimos de milímetro)- são uma séria ameaça. Eles acreditam que grãos de poeira se vaporizem no impacto, criando um plasma quente e condutor, induzindo correntes elétricas que poderiam perturbar sistemas eletrônicos em naves espaciais, potencialmente danificando-os.
Um meio de avaliar os riscos oferecidos pela poeira espacial seria examinar as pequenas crateras que se formam na superfície dos ônibus espaciais. Mas isso não é possível, já que a reentrada da nave na atmosfera apaga todas as marcas deixadas pelos impactos.
Então, a equipe britânica decidiu estudar os painéis solares do Hubble, removidos pela mesma missão que trocou um espelho defeituoso no telescópio. Os painéis voltaram à Terra dentro do ônibus espacial, e por isso não foram alterados pela reentrada.
Neil McBride, da Open University, diz que os resultados suportam a tese de que as numerosas partículas que orbitam a Terra sejam de fato uma ameaça para satélites. "Partículas naturais podem viajar a velocidades sete vezes maiores que partículas de lixo espacial, o que significa que elas podem produzir cerca de mil vezes mais plasma no impacto", diz.


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