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Nave indiana vai despejar sonda na Lua
Dispositivo do tamanho de uma TV fará medições e filmará trajetória de queda amanhã, antes de se espatifar no solo
Veículo não-tripulado testa
tecnologia para missão com
módulo de pouso em 2010;
Índia trava nova corrida
espacial com China e Japão
DA "NEW SCIENTIST"
A espaçonave indiana não-tripulada Chandrayaan-1 deve
despejar amanhã na Lua uma
sonda do tamanho de um aparelho de TV que, depois, irá se
espatifar no solo.
Durante sua trajetória de
queda, o dispositivo fará observações e testará sistemas necessários para aterrissar na superfície lunar em missões futuras. A operação deve ser um dos
marcos numa corrida espacial
tecnológica que a Índia trava
com a China e o Japão.
Lançada em 22 de outubro, a
Chandrayaan-1, chegou às imediações da Lua no sábado passado. A sonda estava em órbita
oval alongada, mas manobras
iniciadas ontem já começaram
a posicioná-la numa rota a apenas 100 km de distância do satélite natural da Terra.
A sonda lunar de impacto
-MIP, na sigla em inglês- pesa 29 kg. Ela deve ser ser ejetada perto do pólo Sul da Lua no
início da manhã desta sexta,
mas não há hora precisa para a
operação. Sua trajetória de
queda livre deve durar 20 minutos, e a aproximação do solo
será filmada por uma câmera.
A sonda não foi projetada para sobreviver ao impacto, mas
as tecnologias que ela testa vão
calibrar instrumentos capazes
de guiar um pouso suave nas
missões futuras que a Isro (Organização Indiana de Pesquisa
Espacial), pretende enviar à
Lua. Um altímetro, por exemplo, vai medir a altura da MIP
ao longo de seu mergulho fatal.
A próxima missão lunar da
Índia, que está prevista para
2010, envolve não apenas uma
sonda orbitadora, mas um módulo de aterrissagem construído na Rússia, que vai estudar
amostras de solo.
A MIP também carrega um
espectrômetro de massa para
medir traços de gás e poeira
que pairam sobre a Lua. Os sinais dos instrumentos de bordo
serão transmitidos à Chandrayaan, que os enviará à Terra.
"É uma espécie de minissatélite, equipado com seus próprios instrumentos, baterias, e
telemetria [transmissão de dados via rádio]", explica Rajagopal Sreedharan, chefe do laboratório de física do espaço do
Centro Espacial Vikram Sarabhai, que construiu os seis instrumentos da espaçonave-robô. "Estamos colidindo com o
pólo Sul da Lua porque há muito interesse na região."
O local apresenta indícios de
gelo no solo, e muitas áreas lá
recebem luz solar quase sempre, o que pode ser útil para gerar energia em missões futuras.
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