São Paulo, quinta-feira, 13 de novembro de 2008

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Nave indiana vai despejar sonda na Lua

Dispositivo do tamanho de uma TV fará medições e filmará trajetória de queda amanhã, antes de se espatifar no solo

Veículo não-tripulado testa tecnologia para missão com módulo de pouso em 2010; Índia trava nova corrida espacial com China e Japão

DA "NEW SCIENTIST"

A espaçonave indiana não-tripulada Chandrayaan-1 deve despejar amanhã na Lua uma sonda do tamanho de um aparelho de TV que, depois, irá se espatifar no solo.
Durante sua trajetória de queda, o dispositivo fará observações e testará sistemas necessários para aterrissar na superfície lunar em missões futuras. A operação deve ser um dos marcos numa corrida espacial tecnológica que a Índia trava com a China e o Japão.
Lançada em 22 de outubro, a Chandrayaan-1, chegou às imediações da Lua no sábado passado. A sonda estava em órbita oval alongada, mas manobras iniciadas ontem já começaram a posicioná-la numa rota a apenas 100 km de distância do satélite natural da Terra.
A sonda lunar de impacto -MIP, na sigla em inglês- pesa 29 kg. Ela deve ser ser ejetada perto do pólo Sul da Lua no início da manhã desta sexta, mas não há hora precisa para a operação. Sua trajetória de queda livre deve durar 20 minutos, e a aproximação do solo será filmada por uma câmera.
A sonda não foi projetada para sobreviver ao impacto, mas as tecnologias que ela testa vão calibrar instrumentos capazes de guiar um pouso suave nas missões futuras que a Isro (Organização Indiana de Pesquisa Espacial), pretende enviar à Lua. Um altímetro, por exemplo, vai medir a altura da MIP ao longo de seu mergulho fatal.
A próxima missão lunar da Índia, que está prevista para 2010, envolve não apenas uma sonda orbitadora, mas um módulo de aterrissagem construído na Rússia, que vai estudar amostras de solo.
A MIP também carrega um espectrômetro de massa para medir traços de gás e poeira que pairam sobre a Lua. Os sinais dos instrumentos de bordo serão transmitidos à Chandrayaan, que os enviará à Terra.
"É uma espécie de minissatélite, equipado com seus próprios instrumentos, baterias, e telemetria [transmissão de dados via rádio]", explica Rajagopal Sreedharan, chefe do laboratório de física do espaço do Centro Espacial Vikram Sarabhai, que construiu os seis instrumentos da espaçonave-robô. "Estamos colidindo com o pólo Sul da Lua porque há muito interesse na região."
O local apresenta indícios de gelo no solo, e muitas áreas lá recebem luz solar quase sempre, o que pode ser útil para gerar energia em missões futuras.


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