São Paulo, sexta-feira, 14 de março de 2008

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América teve seis "Evas" que viveram há 20 mil anos, dizem cientistas

Antonio Scorza - 20.set.1999/France Presse
Concepção de Luzia, crânio mais antigo das América


DA ASSOCIATED PRESS

Apenas seis mulheres, que viveram há cerca de 20 mil anos, são as ancestrais de cerca de 95% dos índios vivos hoje, desde o Alasca até a Patagônia. Essa é a conclusão de cientistas da Fundação Sorenson de Genealogia Molecular, de Salt Lake City (EUA), e da Universidade de Pavia (Itália), que publicaram ontem um estudo na revista científica "PLoS One" (www.plosone.org).
O estudo foi feito com base em DNA mitocondrial - material genético que fica dentro da mitocôndria, estrutura que processa energia nas células. Ele é adequado para investigar linhagens maternas porque cada pessoa herda DNA mitocondrial apenas de sua mãe.
Segundo o estudo, apesar de quase todos os índios descenderem de seis linhagens, isso não indica que houvesse apenas seis mulheres no grupo que chegou à América.
Os cientistas chegaram às seis ancestrais montando uma árvore genealógica que rastreia as diferentes linhagens de DNA mitocontrial achadas hoje em nativos americanos. Ao mapearem as mutações em cada uma das linhagens, e sabendo com que freqüência elas ocorrem no DNA, eles calcularam quão antigo cada um dos seis ramos maternos era. Todos estão situados entre 18 mil e 21 mil anos atrás.
As seis "mães fundadoras" provavelmente não chegaram a viver na Ásia porque nenhum rastro do DNA mitocondrial delas foi encontrado lá. Segundo os cientistas, é possível que tenham vivido na Beríngia, região entre o Alasca e a Sibéria, hoje submersa.
Geneticistas independentes que comentaram o estudo, porém, dizem que é cedo para especular onde e quando essas mulheres viveram, já que a taxa com que as mutações ocorrem pode variar.


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