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América teve seis "Evas" que viveram há 20 mil anos, dizem cientistas
Antonio Scorza - 20.set.1999/France Presse
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Concepção de Luzia, crânio mais antigo das América |
DA ASSOCIATED PRESS
Apenas seis mulheres, que
viveram há cerca de 20 mil
anos, são as ancestrais de
cerca de 95% dos índios vivos hoje, desde o Alasca até a
Patagônia. Essa é a conclusão de cientistas da Fundação Sorenson de Genealogia
Molecular, de Salt Lake City
(EUA), e da Universidade de
Pavia (Itália), que publicaram ontem um estudo na revista científica "PLoS One"
(www.plosone.org).
O estudo foi feito com base em DNA mitocondrial -
material genético que fica
dentro da mitocôndria, estrutura que processa energia
nas células. Ele é adequado
para investigar linhagens
maternas porque cada pessoa herda DNA mitocondrial
apenas de sua mãe.
Segundo o estudo, apesar
de quase todos os índios descenderem de seis linhagens,
isso não indica que houvesse
apenas seis mulheres no
grupo que chegou à América.
Os cientistas chegaram às
seis ancestrais montando
uma árvore genealógica que
rastreia as diferentes linhagens de DNA mitocontrial
achadas hoje em nativos
americanos. Ao mapearem
as mutações em cada uma
das linhagens, e sabendo
com que freqüência elas
ocorrem no DNA, eles calcularam quão antigo cada um
dos seis ramos maternos era.
Todos estão situados entre
18 mil e 21 mil anos atrás.
As seis "mães fundadoras"
provavelmente não chegaram a viver na Ásia porque
nenhum rastro do DNA mitocondrial delas foi encontrado lá. Segundo os cientistas, é possível que tenham
vivido na Beríngia, região
entre o Alasca e a Sibéria,
hoje submersa.
Geneticistas independentes que comentaram o estudo, porém, dizem que é cedo
para especular onde e quando essas mulheres viveram,
já que a taxa com que as mutações ocorrem pode variar.
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