São Paulo, terça-feira, 15 de junho de 2010

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BP fez economia "de risco" em poço nos EUA, diz deputado

Carta com investigação preliminar sobre vazamento de petróleo foi encaminhada para executivo da empresa

Companhia prefere não comentar seus supostos descuidos; fundo para vítimas do desastre está a caminho, diz Obama

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A empresa petroleira BP preferiu usar procedimentos mais baratos ao perfurar seu poço no golfo do México, o que "aumentou o risco de uma falha catastrófica", afirmam deputados americanos que estão investigando o vazamento de óleo no golfo.
"Parece que a BP repetidamente escolheu procedimentos arriscados para reduzir custos e não perder tempo, fazendo um esforço mínimo para evitar riscos", afirmaram Henry Waxman e Bart Stupak, principais deputados democratas no Comitê de Energia e Comércio da Câmara dos Representantes.
Os detalhes estão numa carta ao executivo-chefe da BP, Tony Hayward, que deve testemunhar nesta quinta-feira diante do comitê. A BP disse que não vai comentar as informações antes que a audiência aconteça.
A carta dos congressistas retrata os engenheiros da BP correndo contra o relógio, com pressa de terminar operações de perfuração, já atrasadas em 40 dias.

O BARATO SAI CARO
A empresa teria ignorado avisos de companhias terceirizadas e de seus próprios funcionários, escolhendo opções de perfuração mais baratas e rápidas. Cinco dias antes da explosão da plataforma Deepwater Horizon, o engenheiro Brian Morel, por exemplo, escreveu para um colega: "Esse poço é um pesadelo, todo mundo está enrolado com ele".
A empresa teria optado por usar menos material do que o necessário para garantir a segurança. Outro engenheiro, Brett Cocales, escreveu para Morel: "Dane-se, está feito, fim de papo, provavelmente vai dar certo".
Em nova visita à região do golfo do México, o presidente Barack Obama afirmou que as praias da área "voltarão a seu estado natural", embora "isso não vá acontecer da noite para o dia".
Obama também afirmou que a BP se mostrou receptiva à criação de um fundo, com valores na casa dos bilhões de dólares, para ressarcir os moradores do golfo de suas perdas com a destruição da pesca na região.

Com Reuters e Associated Press


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