São Paulo, quarta-feira, 15 de setembro de 2004

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Para Bush, economia vem em primeiro

DO "NEW YORK TIMES"

A filosofia ambiental da administração de George W. Bush foi resumida em uma recente entrevista pelo diretor da Agência de Proteção Ambiental dos EUA, Michael Leavitt, na seguinte frase: "Não há progresso ambiental sem prosperidade econômica".
"Uma vez que perdermos a competitividade, nossa capacidade de obter ganhos ambientais também estará comprometida. Não há nada que promova a poluição como a pobreza." A declaração do diretor gerou polêmica.
Forte opositor da atual política ambiental, o senador do Estado americano de Vermont, James M. Jeffords, membro do Comitê de Trabalho Público e Ambiente, disse o seguinte sobre a eventual reeleição de Bush: "Espero que a administração Bush continue a violar medidas destinadas à proteção da saúde pública e do ambiente. Espero também que sua administração entre para a história dos Estados Unidos como o maior desastre com relação à saúde pública e ao ambiente".

Legado
Para muitos grupos ambientalistas, o legado de Bush pôde ser sentido logo no primeiro ano de governo, devido a uma série de medidas, amplamente divulgadas, que efetivamente repudiavam decisões tomadas pela administração de seu antecessor na Casa Branca, Bill Clinton.
Bush recuou de sua promessa de campanha de regular emissões de dióxido de carbono e abandonou o Protocolo de Kyoto, acordo internacional assinado em 1997 que visa reduzir a emissão de gases que causam o efeito estufa pelas nações industriais.
Em seguida, sua administração tentou, sem sucesso, criar uma lei que liberasse a exploração de óleo na Reserva Nacional da Vida Selvagem do Ártico. Também conseguiu derrubar temporariamente uma proposta de Clinton de reduzir para 80% o nível tolerável de arsênico na água destinada ao consumo humano.
O governo Bush acredita que a solução para a poluição virá do próprio mercado e propõe que as indústrias possam compensar a emissão de poluentes comprando créditos de outras fábricas, menos poluentes. "Ao invés de perdermos décadas e milhões [de dólares] em brigas judiciais, o melhor é criar incentivos e não ditar proibições", afirmou Leavitt.


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