São Paulo, domingo, 15 de novembro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

"Atraso" possibilita fuga da seleção natural

DA REPORTAGEM LOCAL

A equipe que estuda a forma brasileira da síndrome de Li-Fraumeni já tem uma hipótese para explicar por que uma modificação genética tão nociva conseguiu se disseminar tanto. Aparentemente a forma da doença rastreada por eles chega com um atraso de 20 anos, se comparada com outras. Com isso, ela escaparia à vigilância mais estrita da seleção natural, o mecanismo evolutivo que favorece apenas os seres vivos que são bons em se reproduzir.
O que acontece é que a versão da síndrome no Brasil afeta pessoas em torno dos 40 anos, quando o portador já teve tempo de se casar e legar o gene com problemas a seus filhos.
Segundo Achatz, a mutação comum no país não afeta tanto o funcionamento da proteína p53 quanto outras alterações e, dessa forma, consegue se propagar mais. Alguns cientistas, porém, ainda acham que é preciso mais dados para associá-la aos tropeiros do século 18.
"A ideia de um efeito fundador é bastante razoável, mas não tenho conhecimento técnico suficiente sobre a colonização para avaliar se é plausível a explicação dos tropeiros", diz Sandro Bonatto, geneticista da PUC-RS. "Não vejo nenhum interesse histórico no artigo", diz Fabrício Santos, da UFMG. (RJL)


Texto Anterior: Mutação cria explosão de câncer raro no Brasil
Próximo Texto: Frases
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.