São Paulo, terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

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Experimento bate recorde de temperatura a 4 trilhões de ºC

Acelerador de partículas nos EUA desmonta componentes de núcleo atômico

DA REUTERS

Enquanto o acelerador de partículas gigante LHC não volta a funcionar com força total na fronteira da Suíça com a França, concorrentes menores continuam produzindo resultados inéditos. Cientistas do RHIC, colisor do Laboratório Nacional de Brookhaven (EUA) anunciaram ontem ter batido o recorde de temperatura atingido em um experimento: 4 trilhões de graus Celsius.
O recorde anterior era do próprio RHIC (sigla em inglês para Colisor Relativístico de Íons Pesados), que foi o primeiro aparato experimental capaz de reproduzir condições similares às que existiam um microssegundo após o Big Bang, a explosão que originou o universo. Para ter uma ideia de quão grande é essa escala de temperatura, pode-se compará-la com a do interior do Sol, 50 milhões de graus Celsius. Ainda que obtenha essa temperatura apenas numa linha onde uns poucos átomos colidem, o RHIC produz 80 mil vezes mais calor que o núcleo do Sol.
Com essa quantidade de energia, os quarks e glúons -partículas que compõem os prótons e nêutrons do núcleo dos átomos- acabam se descolando uns dos outros, criando um novo estado da matéria.
O chamado plasma de quarks e glúons -apelidado de "sopa de quarks"- já tinha sido obtido pelo RHIC e pelo Cern (laboratório que hoje abriga o LHC) com temperaturas a cerca de 2 trilhões de graus Celsius. Só agora os cientistas conseguiram dobrá-la. Com o RHIC ainda a alguns anos de ser fechado e o LHC voltando a funcionar, físicos pretendem estudar quais propriedades dessas partículas as fazem se agrupar da maneira como o fizeram logo após o Big Bang.
Segundo Steven Vigdor, um dos cientistas que lideraram o experimento no RHIC, o segredo é detectar como surgem as pequenas irregularidades que impedem a matéria de se distribuir de modo homogêneo.


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