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Experimento bate recorde de temperatura a 4 trilhões de ºC
Acelerador de partículas nos EUA desmonta componentes de núcleo atômico
DA REUTERS
Enquanto o acelerador de
partículas gigante LHC não
volta a funcionar com força total na fronteira da Suíça com a
França, concorrentes menores
continuam produzindo resultados inéditos. Cientistas do
RHIC, colisor do Laboratório
Nacional de Brookhaven
(EUA) anunciaram ontem ter
batido o recorde de temperatura atingido em um experimento: 4 trilhões de graus Celsius.
O recorde anterior era do
próprio RHIC (sigla em inglês
para Colisor Relativístico de
Íons Pesados), que foi o primeiro aparato experimental capaz
de reproduzir condições similares às que existiam um microssegundo após o Big Bang, a
explosão que originou o universo. Para ter uma ideia de quão
grande é essa escala de temperatura, pode-se compará-la
com a do interior do Sol, 50 milhões de graus Celsius. Ainda
que obtenha essa temperatura
apenas numa linha onde uns
poucos átomos colidem, o
RHIC produz 80 mil vezes mais
calor que o núcleo do Sol.
Com essa quantidade de
energia, os quarks e glúons
-partículas que compõem os
prótons e nêutrons do núcleo
dos átomos- acabam se descolando uns dos outros, criando
um novo estado da matéria.
O chamado plasma de quarks
e glúons -apelidado de "sopa
de quarks"- já tinha sido obtido pelo RHIC e pelo Cern (laboratório que hoje abriga o
LHC) com temperaturas a cerca de 2 trilhões de graus Celsius. Só agora os cientistas conseguiram dobrá-la. Com o
RHIC ainda a alguns anos de
ser fechado e o LHC voltando a
funcionar, físicos pretendem
estudar quais propriedades
dessas partículas as fazem se
agrupar da maneira como o fizeram logo após o Big Bang.
Segundo Steven Vigdor, um
dos cientistas que lideraram o
experimento no RHIC, o segredo é detectar como surgem as
pequenas irregularidades que
impedem a matéria de se distribuir de modo homogêneo.
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