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ANÁLISE
Ainda falta conter vazamento da popularidade de Obama
CLÓVIS ROSSI
COLUNISTA DA FOLHA
Conter o vazamento de petróleo no golfo do México é a
única hipótese de conter
também o vazamento do
apoio popular ao presidente
Barack Obama até a eleição
de novembro.
Mas é apenas hipótese: o
grande vazamento na popularidade do presidente antecede o episódio golfo do México. Foi -e continua sendo- causado pela manutenção de um desemprego elevado, apesar da recuperação
(débil) da economia.
Não está no horizonte, até
novembro, uma melhora significativa no nível de emprego nos Estados Unidos, até
porque o Federal Reserve (o
Banco Central norte-americano) acaba de reduzir as estimativas de crescimento
econômico para este ano, do
intervalo entre 3,2% a 3,7%,
anunciado em abril, para 3%
a 3,5% agora.
Menos crescimento, menos chances de recuperação
do emprego, como é óbvio.
PESADELO AMBIENTAL
De todo modo, o presidente pode festejar o fim de um
pesadelo ambiental que levou a frequentes comparações entre o seu desempenho
no caso do vazamento e o de
seu antecessor, George Walker Bush, no episódio do furacão Katrina. Outra comparação, esta feita por Obama:
o vazamento seria um "11 de
setembro" ambiental.
A comparação é injusta,
pela diferença de circunstâncias, mas Obama vem sendo
tratado impiedosamente pela oposição republicana, especialmente pela ala mais
conservadora, que tem mais
impacto na opinião pública.
A quinta-feira, em todo o
caso, registrou uma segunda
boa notícia para o presidente: o Senado aprovou a chamada reforma de Wall Street,
projeto que o presidente tratou com todo o carinho, a
ponto de travar por ele o que
definiu como "guerra" contra os bancos.
Depois da crise financeira,
bancos são quase tão impopulares quanto a British Petroleum. Duas boas notícias
em um só dia é fenômeno
inédito desde a posse.
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