São Paulo, sexta-feira, 16 de julho de 2010

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ANÁLISE

Ainda falta conter vazamento da popularidade de Obama

CLÓVIS ROSSI
COLUNISTA DA FOLHA

Conter o vazamento de petróleo no golfo do México é a única hipótese de conter também o vazamento do apoio popular ao presidente Barack Obama até a eleição de novembro.
Mas é apenas hipótese: o grande vazamento na popularidade do presidente antecede o episódio golfo do México. Foi -e continua sendo- causado pela manutenção de um desemprego elevado, apesar da recuperação (débil) da economia.
Não está no horizonte, até novembro, uma melhora significativa no nível de emprego nos Estados Unidos, até porque o Federal Reserve (o Banco Central norte-americano) acaba de reduzir as estimativas de crescimento econômico para este ano, do intervalo entre 3,2% a 3,7%, anunciado em abril, para 3% a 3,5% agora.
Menos crescimento, menos chances de recuperação do emprego, como é óbvio.

PESADELO AMBIENTAL
De todo modo, o presidente pode festejar o fim de um pesadelo ambiental que levou a frequentes comparações entre o seu desempenho no caso do vazamento e o de seu antecessor, George Walker Bush, no episódio do furacão Katrina. Outra comparação, esta feita por Obama: o vazamento seria um "11 de setembro" ambiental.
A comparação é injusta, pela diferença de circunstâncias, mas Obama vem sendo tratado impiedosamente pela oposição republicana, especialmente pela ala mais conservadora, que tem mais impacto na opinião pública.
A quinta-feira, em todo o caso, registrou uma segunda boa notícia para o presidente: o Senado aprovou a chamada reforma de Wall Street, projeto que o presidente tratou com todo o carinho, a ponto de travar por ele o que definiu como "guerra" contra os bancos.
Depois da crise financeira, bancos são quase tão impopulares quanto a British Petroleum. Duas boas notícias em um só dia é fenômeno inédito desde a posse.


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