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BP sela vazamento de petróleo no golfo
Esquema provisório deteve fluxo do óleo no primeiro teste; empresa ainda escava poço para solução definitiva
Companhia e governo ainda veem sucesso com cautela; engenheiros monitoram eficácia da vedação continuamente
DO "NEW YORK TIMES"
A plataforma petroleira da
BP que vinha sofrendo um
vazamento no golfo do México desde 20 de abril parou de
jorrar óleo pela primeira vez
ontem, no primeiro teste da
implantação de uma tampa
no poço danificado.
"Estou entusiasmado por
não haver óleo [vazando] no
golfo do México, mas nós
apenas começamos o teste, e
não quero criar uma falsa
sensação de empolgação",
afirmou ontem o vice-presidente da BP, Kent Wells.
Segundo a empresa, o poço parou de expelir óleo do
leito marinho às 16h25 de ontem (horário de Brasília). Engenheiros e cientistas vão
examinar o resultado dos trabalhos a cada seis horas para
avaliar a pressão sobre o sistema de vedação usado.
Se a pressão não subir
-algo que seria natural-,
provavelmente significa que
o sistema de vedação não está bem lacrado, e mais óleo
começará a vazar.
O sucesso relatado pela BP
foi registrado em vídeo. A câmera submarina que filmava
a turbulência do vazamento
agora mostra águas calmas,
ainda que repletas de óleo.
"A coisa que inspira mais
cuidados é que, dependendo
do que o teste nos disser, é
possível que tenhamos de
abrir o poço novamente para
retomar as opções de contenção [manejo de óleo já vazado]", afirmou Wells.
O governo dos EUA também ainda vê o sucesso da
vedação com cautela.
"Acho que é um sinal positivo", afirmou o presidente
dos EUA, Barack Obama.
"Ainda estamos em fase de
teste e teremos mais a dizer
sobre isso amanhã [hoje]."
POÇOS DE ALÍVIO
Antes do anúncio do sucesso da operação, Thad
Allen, o encarregado de comandar a reação ao acidente,
afirmou que o fechamento do
poço seria apenas uma medida temporária. Segundo ele,
a empresa ainda precisa terminar de cavar os chamados
poços de alívio, que permitirão estancar o vazamento
com segurança.
O teste do esquema de vedação aplicado ontem começou com atraso. A BP levou
dois dias para consertar um
vazamento no equipamento
necessário à operação, problema que engenheiros só
detectaram na quarta-feira.
A ideia, em princípio, não
é manter o poço totalmente
selado agora. O óleo que vaza
a 5.428 metros de profundidade, porém, pode ser captado de modo controlado e armazenado em navio-tanque.
Se tudo der certo, o teste
continuará por mais dois
dias com o poço totalmente
vedado, afirmou a BP. Até o
fechamento desta edição, a
empresa não tinha comunicado nenhuma interrupção.
Engenheiros estimam que
o vazamento expelia de 5,5
milhões a 9,5 milhões de litros de petróleo no mar por
dia. Desde o início do vazamento, algo entre 355 milhões e 700 milhões de litros
de óleo foram liberados.
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