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Artrite tem 245 milhões de anos, diz estudo
Pesquisadores acreditavam que a doença óssea era 100 milhões de anos mais recente
GIULIANA MIRANDA
DE SÃO PAULO
Assim como os seres humanos, dinossauros e seus
"parentes" sofriam com a artrite -tipo de doença óssea
que atrapalha os movimentos- pelo menos 245 milhões
de anos atrás.
É essa a idade de um fóssil
descoberto na África do Sul,
cujos ossos contêm os mais
antigos vestígios da moléstia, afirmam os cientistas.
A descoberta, publicada
na revista "PLoS One", é pelo
menos 100 milhões de anos
mais antiga do que o registro
até então considerado mais
velho: o fóssil de um Camarassauro, um dino encontrado em Utah (EUA).
Um time de pesquisadores
de vários países, liderado por
Juan Carlos Cisneros, da
UFPI (Universidade Federal
do Piauí), trabalhou na identificação do fóssil.
De acordo com Cisneros, o
material encontrado -três
vértebras da região caudal do
bicho- logo chamaram a
atenção dos especialistas.
"As vértebras são muito
estranhas. Uma é diferente
da outra. Elas são inchadas,
quase como bolas. Quem está acostumado a ver esse tipo
de material logo percebe que
tem alguma coisa errada."
Para chegar ao diagnóstico de espondartrite -uma
forma de artrite na coluna
vertebral- os cientistas fizeram uma série de análises,
incluindo exames completos
de ressonância magnética.
As conclusões descartaram que as anomalias nas
vértebras tenham sido causadas por outras doenças ósseas, como a osteoporose.
Apesar da segurança no
diagnóstico, os cientistas
ainda não sabem precisar a
espécie do animal. Sabem,
entre outras coisas, que se
trata de um réptil primitivo
carnívoro, que media pelo
menos 4,5 metros em vida.
"Os ossos são muito grandes, bem diferentes do que já
encontramos na região.
Acreditamos que seja uma
espécie que ainda não tenha
sido descrita, mas não podemos afirmar com certeza",
afirmou Cisneros.
Para os paleontólogos, a
espondartrite trouxe graves
dificuldades de locomoção
para o réptil.
Isso provavelmente diminuiu sua capacidade de deslocamento e, consequentemente, sua habilidade de caça e defesa, o que deve ter
contribuído indiretamente
para sua morte.
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