São Paulo, sábado, 16 de outubro de 2010

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Artrite tem 245 milhões de anos, diz estudo

Pesquisadores acreditavam que a doença óssea era 100 milhões de anos mais recente

GIULIANA MIRANDA
DE SÃO PAULO

Assim como os seres humanos, dinossauros e seus "parentes" sofriam com a artrite -tipo de doença óssea que atrapalha os movimentos- pelo menos 245 milhões de anos atrás.
É essa a idade de um fóssil descoberto na África do Sul, cujos ossos contêm os mais antigos vestígios da moléstia, afirmam os cientistas.
A descoberta, publicada na revista "PLoS One", é pelo menos 100 milhões de anos mais antiga do que o registro até então considerado mais velho: o fóssil de um Camarassauro, um dino encontrado em Utah (EUA).
Um time de pesquisadores de vários países, liderado por Juan Carlos Cisneros, da UFPI (Universidade Federal do Piauí), trabalhou na identificação do fóssil.
De acordo com Cisneros, o material encontrado -três vértebras da região caudal do bicho- logo chamaram a atenção dos especialistas.
"As vértebras são muito estranhas. Uma é diferente da outra. Elas são inchadas, quase como bolas. Quem está acostumado a ver esse tipo de material logo percebe que tem alguma coisa errada."
Para chegar ao diagnóstico de espondartrite -uma forma de artrite na coluna vertebral- os cientistas fizeram uma série de análises, incluindo exames completos de ressonância magnética.
As conclusões descartaram que as anomalias nas vértebras tenham sido causadas por outras doenças ósseas, como a osteoporose.
Apesar da segurança no diagnóstico, os cientistas ainda não sabem precisar a espécie do animal. Sabem, entre outras coisas, que se trata de um réptil primitivo carnívoro, que media pelo menos 4,5 metros em vida.
"Os ossos são muito grandes, bem diferentes do que já encontramos na região. Acreditamos que seja uma espécie que ainda não tenha sido descrita, mas não podemos afirmar com certeza", afirmou Cisneros.
Para os paleontólogos, a espondartrite trouxe graves dificuldades de locomoção para o réptil.
Isso provavelmente diminuiu sua capacidade de deslocamento e, consequentemente, sua habilidade de caça e defesa, o que deve ter contribuído indiretamente para sua morte.


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