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Bush propõe que emissão de CO2 dos EUA pare de crescer em 2025
Proposta não oferece medidas para atingir a meta e foi criticada por especialistas
DA REDAÇÃO
O presidente dos Estados
Unidos, George W. Bush, propôs ontem que as emissões
americanas de gás carbônico
parem de crescer no ano 2025,
na proposta mais contundente
já feita por ele para combater o
aquecimento global.
O discurso vem no momento
em que Bush se esforça para
limpar a própria biografia na
área ambiental-foi o homem
que rejeitou o Protocolo de
Kyoto e passou anos negando a
mudança climática. E no qual a
pressão política sobre o tema é
máxima, dentro e fora do país.
Os três candidatos à sua sucessão, incluindo o republicano
John McCain, defendem cortes
obrigatórios e ambiciosos de
emissões do país. O Congresso
americano prepara uma lei que
imporá metas de poluição e um
esquema de comércio de emissões de CO2, principal gás-estufa. E os países que o próprio
Bush convocou no ano passado
para debater o tema, no chamado grupo das Grandes Economias, têm cobrado dos EUA
alguma proposta concreta antes da reunião do grupo que
acontece hoje em Paris.
"Hoje eu estou anunciando
um novo objetivo nacional: parar o crescimento das emissões
de gases-estufa dos Estados
Unidos em 2025", disse Bush,
Para isso, os EUA terão um
plano nacional que "será uma
mistura de incentivos e regulações para reduzir emissões ao
estimular tecnologias de energia limpas e eficientes".
No entanto, mais uma vez
Bush condicionou a ação americana a esforços por parte de
outros países, como Índia e
China, e apresentou apenas
medidas pontuais para atingir
o objetivo anunciado -tais como uma lei para aumentar a
eficiência dos carros.
Também mostrou preocupação com "a maneira errada" de
o Congresso atacar o problema,
que seria aumentar impostos e
exigir "cortes de emissão dramáticos e repentinos".
A proposta foi imediatamente criticada por ambientalistas,
por políticos democratas e por
analistas de política de clima.
"A proposta anunciada pelo
presidente Bush hoje é um passo atrás na política climática
dos EUA", disse Eileen Claussen, presidente do Pew Center
on Global Climate Change.
"Em 2002 a administração havia proposto um plano que permitia que nossas emissões
crescessem até 2012. A proposta atual permitirá que cresçam
até 2025", afirmou. "A boa notícia é que [a proposta] é irrelevante, porque esta administração só tem mais nove meses."
A pré-candidata democrata à
sucessão Hillary Clinton também criticou o anúncio. "Agora
que a administração foi forçada
a reconhecer que o aquecimento global é um problema, eles
apresentaram uma proposta
que parece ter sido escrita pela
força-tarefa de energia de Dick
Cheney", ironizou, em referência às ligações do vice de Bush
com a indústria do petróleo.
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