São Paulo, sábado, 17 de julho de 2004 |
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TECNOLOGIA Mapa é feito por satélite Embrapa ajuda militar a monitorar o Haiti
RICARDO BONALUME NETO DA REPORTAGEM LOCAL A força de paz da ONU no Haiti liderada pelo Brasil tem à sua disposição uma ferramenta tecnológica de altíssima qualidade: as melhores imagens de satélite do mercado civil e uma carta do país feita graças a um sofisticado radar de mapeamento embarcado em um ônibus espacial americano. As imagens de satélite -do americano QuickBird e do israelense Eros- e a "carta-imagem" (mapa baseado nas fotos de sensoriamento remoto), foram entregues ao Exército pela Embrapa Monitoramento por Satélite. Essa unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária é sediada em Campinas (SP). A associação da instituição com o Exército data de uma década, e a nova sede da unidade está sendo construída em uma área militar. "As imagens estão sendo muito úteis para a nossa brigada", disse do Haiti à Folha, por telefone, o general-de-divisão Augusto Heleno Ribeiro Pereira, comandante dos capacetes azuis da Minustah (Missão da ONU de Estabilização no Haiti). O Brasil tem hoje no Haiti uma brigada composta por 1.200 homens do Exército e Corpo de Fuzileiros Navais, comandada pelo general-de-brigada Américo Salvador de Oliveira. Como os mapas do país são antigos e em geral pouco detalhados, as imagens de satélite são extremamente úteis para o planejamento das operações, especialmente por serem atuais. "Qualquer meio que favoreça o C2, comando e controle, é ótimo para nós", diz o general Heleno. Marcelo Guimarães, pesquisador da Embrapa, coordenou a produção das imagens e o treinamento de pessoal do Exército na sua utilização. "Deu pra ver que o país tem poucas áreas agrícolas e 70% do relevo é montanhoso", diz Guimarães. As imagens revelam as áreas erodidas dos morros e o "adensamento populacional intenso" na capital, Porto Príncipe, principal área de atuação do contingente brasileiro. Favela é o que não falta no país, e nelas está parte do problema -gangues que a missão da ONU tem por objetivo desarmar. Ruelas estreitas tornam seu policiamento difícil. As imagens de satélite atualizadas facilitam o monitoramento desses locais de difícil acesso. "General, Porto Príncipe é 80% Favela da Maré, 15% Parada de Lucas, e 5% Arrebalde de Madureira", disse um oficial de um destacamento precursor, fazendo um relatório na sua volta ao Brasil, citando locais da geografia da pobreza carioca. Texto Anterior: Queimadas amazônicas criam supergotas Índice |
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