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Gripe de 1918 matava por choque imunológico
DA ASSOCIATED PRESS
Os pesquisadores sabem agora porque o vírus da gripe espanhola conseguiu matar, de forma rápida, 40 milhões de pessoas em 1918. A maioria das vítimas era jovem e sadia.
Segundo estudo publicado
hoje na revista "Nature", a explicação foi obtida depois da
inoculação do vírus- "ressuscitado" por meio de técnicas
genéticas- em macacos.
Segundo a pesquisa, o microrganismo fez o sistema imune dos símios disparar, mas
contra ele próprio. O resultado
foi que os macacos tiveram de
ser sacrificados já no oitavo dia
de experimento, que deveria
ter durado 21 no total.
"Foi o próprio sistema imune
que acabou vitimando o macaco", disse Michael Katze, da
Universidade de Washington,
um dos autores do estudo.
Uma das reações percebidas
nos macacos foi que o ataque da
cepa de influenza H1N1, de
1918, deixava rapidamente o
pulmão inflamado e repleto de
líquido. Essa reação, segundo
os cientistas, também deve
ocorrer nos seres humanos.
Os resultados obtidos pela
pesquisa vão ajudar no combate ao vírus da gripe aviária
(H5N1), no caso de ele conseguir se adaptar ao homem e
provocar uma pandemia.
Os vírus da gripe espanhola
usados na pesquisa (a doença,
ao contrário do padrão, atacou
poucas crianças e idosos) foram reconstruídos em um laboratório com alto nível de segurança biológica na cidade de
Winnipeg, no Canadá.
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