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ONG é proibida de sair do Pará com árvore
SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA
Uma carreta do Greenpeace transportando uma
castanheira de 13 metros
foi retida anteontem por
assentados rurais da localidade de Castelo dos Sonhos, distrito de Altamira
(cerca de 1.800 km de Belém), no Pará, e oito integrantes da ONG não puderam deixar a cidade.
Os manifestantes cercaram o caminhão e mais um
veículo dos ambientalistas, que conseguiram escapar do cerco e obter refúgio em um posto do Ibama
(Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). Os ativistas só conseguiram deixar Castelo
dos Sonhos no final da tarde de ontem, após mais de
um dia de negociações. O
tronco da castanheira ficou na cidade.
O Greenpeace tinha autorização do Ibama para
retirada da árvore, que já
estava caída e parcialmente queimada. A castanheira seria usada na exposição "Aquecimento Global:
Apague Essa Idéia", que
acontecerá em São Paulo e
no Rio de Janeiro. Ontem,
o Ibama anulou a autorização, para evitar o agravamento do conflito entre
ativistas e assentados.
Segundo Isabel Oliveira,
uma das lideranças do
PDS (Projeto de Desenvolvimento Sustentável) Brasília, em Castelo dos Sonhos, os agricultores ficaram revoltados porque o
Greenpeace retirou a árvore do assentamento, enquanto os agricultores estão impedidos judicialmente de usar a área para a
agricultura familiar. Há
dois meses, a Justiça Federal interditou 99 assentamentos no Pará.
"Somos contra o desmatamento. Queremos regularizar a área e usar 20%
dela para agricultura", disse Oliveira. Para o Greenpeace, os assentados são liderados por madeireiros.
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