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Proposta dos países pobres vence votação
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
EM NAIRÓBI
Uma das decisões tomadas
na 12ª Conferência do Clima
da ONU, que terminou ontem em Nairóbi (Quênia), foi
comemorada como vitória
por países em desenvolvimento. Delegados decidiram
marcar para 2008 uma avaliação ("review") do Protocolo de Kyoto, e não uma revisão ampla ("revision") como
queriam alguns países ricos.
O texto final afirma que a
próxima avaliação "não levará a novas obrigações [de reduções de gases causadores
do efeito estufa] para nenhuma das partes".
Segundo o secretário-executivo da convenção, Yvo de
Boer, a inclusão foi sugerida
por países em desenvolvimento por receio de que a
avaliação do protocolo fosse
usada para se tentar incluir
metas para países pobres.
As opiniões de ambientalistas sobre o resultado do
encontro divergiram. A ONG
Oxfam, por exemplo, disse
que a inércia política esvaziou ações relevantes contra
mudanças climáticas e a conferência "decepcionou a
África e o mundo". Para o
WWF, houve avanços, apesar de os ministros perderem
a chance de tomar decisões
que avançassem nas regras
pós-2012, quando termina o
primeiro período de obrigações de Kyoto.
Outro avanço foi realçado
pela organização da convenção: o de como será gerenciado um fundo para adaptação
às mudanças climáticas.
Nesse debate, ONGs criticaram apenas o adiamento da
decisão final sobre o funcionamento do mecanismo para o ano que vem.
Uma iniciativa que surgiu
na reunião foi influenciada
pelo próprio local do encontro. O ex-secretário-geral da
ONU, Kofi Annan, anunciou
uma "força-tarefa" de programas para incorporar a
África nos MDLs (Mecanismos de Desenvolvimento
Limpos), que trocam investimentos de países ricos em
programas de energia limpa
nos países pobres por créditos para deduzir de suas reduções de gases-estufa. O
continente que menos aproveita o MDL é o mais castigado pelo clima.
(AF)
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