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Países não podem esconder cartas na manga, afirma Lula
DOS ENVIADOS A COPENHAGUE
Sem surpresas em seu discurso, o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva cobrou na conferência do clima da ONU mais
ambição dos países desenvolvidos em reduzir gases-estufa.
E repisou as "responsabilidades comuns mas diferenciadas", norte de sua posição de
que países em desenvolvimento não são obrigados a arcar
com o custo do aquecimento
global, embora devam agir.
"Esta conferência não é um
jogo onde se possa esconder
cartas na manga. Se ficarmos à
espera do lance de nossos parceiros, podemos descobrir que
é tarde demais. Todos seremos
perdedores", disse. "A fragilidade de uns não pode servir de
pretexto para recuo de outros."
No discurso, Lula citou o
IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas), segundo o qual deve haver
um corte entre 25% e 40% nas
emissões de gases de efeito estufa até 2020 sobre 1990.
E defendeu o percentual
maior, embora para ambientalistas seja preciso cortar 70%.
O presidente ainda reiterou a
"ambição" de reduzir pela metade as emissões globais até
2050 como meio de conter o
aumento da temperatura do
planeta a 2 C até o fim do século, como deve constar o documento final da COP-15.
Mas advertiu: "Esta ambição
será vazia se não houver um
compromisso claro de curto e
médio prazo". "Não há lugar
para conformismo. Os países
desenvolvidos devem assumir
metas (...) à altura de suas responsabilidades históricas e do
desafio que enfrentamos."
(CA, LC, MS)
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