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COMENTÁRIO
Clarke batizou dino e asteróide
RONALDO ROGÉRIO DE FREITAS
MOURÃO
ESPECIAL PARA A FOLHA
Desde jovem Arthur C. Clarke mostrou uma fascinação pela astronomia, a ponto de utilizar um telescópio caseiro para
desenhar um mapa da Lua.
Durante a Segunda Guerra
Mundial, serviu na Força Aérea
Real como especialista em radares, envolvendo-se no desenvolvimento de um sistema de
defesa por radar, sendo uma
peça importante do êxito na batalha da Inglaterra. Depois, estudou Física e Matemática no
King's College de Londres. Foi
um dos fundadores da Sociedade Interplanetária Britânica,
que presidiu durante dois períodos. Nessa época escreveu
"Interplanetary Flight" (1950)
e "The Exploration of Space"
(1951), obras fundamentais de
divulgação dos vôos espaciais.
Talvez sua contribuição de
maior importância seja o conceito de satélite de telecomunicações, ao conceber a idéia da
órbita geoestacionária também
conhecida como órbita de Clarke. Ele propôs essa idéia em um
artigo científico intitulado
"Can rocket stations give
worldwide radio coverage?",
publicado na revista "Wireless
World" em outubro de 1945.
Desde 1956, fixou residência
em Colombo, no Sri Lanka
(Ceilão), em virtude do seu interesse por fotografia e exploração submarina, onde permaneceu até a sua morte em 2008.
Ficou famoso não só pelos
seus romances de ficção científica mas principalmente por
dois deles levados ao cinema,
"2001: Uma Odisséia no Espaço" (1968) e "2010: O Ano em
que Faremos Contato" (1984),
sendo o primeiro considerado
um ícone tão importante da ficção científica que especialistas
lhe atribuem forte influência
sobre a maioria dos filmes do
gênero que lhe sucederam.
Com Carl Sagan, Paul Newman e Isaac Asimov, Arthur
participou da criação da Sociedade Planetária -uma entidade direcionada para a exploração do espaço, com associados
em todo o mundo- que, além
de editar uma revista bimestral
("Planetary Report"), estimula
doações aos programas espaciais que, com esse objetivo,
vêm realizando pesquisas na
procura de sinais de vida extraterrestre.
Em reconhecimento, o asteróide 4923 foi batizado com o
nome de Clark, assim como
uma espécie de dinossauro herbívoro, o Serendipaceratops arthurclarkei, descoberto em Inverloch, Austrália.
Arthur Clarke -o mago da
ficção científica e homem da
ciência- traduziu a grandiosidade das descobertas espaciais
na frase dirigida aos membros
da Sociedade Interplanetária
Britânica, 1946, e mais tarde reproduzida no "The Challenge
of the Spaceships" de, 1955:
"Nossa civilização não é mais
do que a soma de todos os sonhos das idades anteriores. E
tem de ser assim, pois, se os homens deixarem de sonhar, se
voltarem as costas às maravilhas do Universo, acabará a história da nossa raça".
Ronaldo Rogério de Freitas Mourão é astrônomo e autor de mais de 85 livros, entre eles "Nas
Fronteiras da Intolerância"
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