São Paulo, quinta-feira, 20 de maio de 2004

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BIOÉTICA

Linhagens vêm de embriões

Reino Unido inaugura banco de células-tronco

DA REUTERS

O primeiro banco de células-tronco embrionárias foi aberto ontem no Reino Unido, num passo importante para o progresso de uma das mais controvertidas áreas da pesquisa médica.
O banco tem por objetivo armazenar e fornecer linhagens de células-tronco para pesquisa e criação de potenciais tratamentos para doenças como diabetes, câncer e mal de Parkinson. As linhagens armazenadas devem atingir a casa das dezenas de milhares.
A iniciativa é polêmica porque envolve a criação de embriões humanos para a pesquisa, que precisam ser destruídos para a extração das células. Críticos, oponentes à iniciativa dizem considerar o banco um "local de armazenagem de bebês mortos".
Células-tronco são células ainda não totalmente diferenciadas e, portanto, capazes de se transformar em vários tipos diferentes.
Elas podem ser obtidas a partir de indivíduos adultos e de cordões umbilicais descartados, mas as que vêm de embriões são consideradas especialmente poderosas porque têm potencial para se tornar qualquer tipo de tecido.
Pesquisadores acreditam que elas oferecem um modo potencialmente revolucionário de reparar tecidos doentes ou danificados, embora mais pesquisa seja exigida para entender exatamente como elas funcionam.
"Essa pesquisa potencialmente revolucionária poderia beneficiar milhares de pacientes cujas vidas são prejudicadas por doenças devastadoras", disse o ministro da Saúde britânico, lorde Warner.
O governo britânico adota uma das políticas mais liberais para pesquisas com células-tronco embrionárias. Nos EUA, elas são permitidas, mas não com recursos do governo federal. No Brasil, atualmente são proibidas. O projeto da nova Lei de Biossegurança, atualmente em tramitação no Senado, também veta a pesquisa.


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