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Gelo marinho ártico chega à menor extensão já vista
A um mês do fim da estação de degelo, área de mar congelado é de 5,26 milhões de km2
Valor é o mais baixo desde
que a medição com ajuda de
satélites começou, nos anos
1970; mínimo era de 5,32
milhões de km2, em 2005
DA ASSOCIATED PRESS
O gelo marinho do Ártico
atingiu na última sexta-feira
sua menor extensão já registrada. O alerta foi dado por cientistas do Centro Nacional de Dados sobre Gelo e Neve dos EUA.
As medições feitas com satélite mostram que, no dia 17 de
agosto, o gelo marinho no oceano Ártico atingiu a extensão de
5,26 milhões de quilômetros
quadrados. O valor é um pouco
mais baixo que o mínimo registrado em 21 de setembro de
2005, 5,32 milhões de quilômetros quadrados.
"Hoje é um dia histórico",
disse Mark Serreze, cientista-sênior do centro de pesquisas
americano. "É a menor extensão de gelo que já observamos
no registro de satélite, e ainda
temos mais um mês de degelo
neste ano", afirmou.
O Ártico é a região do planeta
que mais tem sentido os efeitos
do aquecimento global. O fenômeno é causado por uma aceleração do efeito estufa (o aprisionamento do calor irradiado
pela Terra por uma capa de gases na atmosfera), provocada,
por sua vez, pela emissão de gás
carbônico (CO2) por atividades
humanas -em especial a queima de combustíveis fósseis. O
pólo Norte aquece mais rápido
que o restante do planeta, e
tem perdido 2,7% de seu gelo
marinho permanente por década, segundo o IPCC (o painel
do clima das Nações Unidas).
O gelo marinho ajuda a manter o equilíbrio térmico do Ártico, ao refletir 80% da luz do
Sol. Quanto menos gelo marinho, mais radiação (até 90%) é
absorvida pelo oceano, que esquenta -elevando mais ainda o
termômetro na região.
Em junho e julho, verão no
hemisfério Norte, o céu esteve
muito limpo, o que lançou uma
quantidade extraordinariamente alta de energia solar sobre as águas do Ártico. Mas, segundo Serreze, não é possível
explicar o degelo deste ano só
por fatores naturais.
O degelo é mais rápido do
que o previsto pelos cientistas.
O relatório do IPCC diz que o
Ártico poderia ficar totalmente
sem gelo em 2070 a 2100. Mas,
segundo Serreze, à taxa atual, o
derretimento total do oceano
Ártico poderia vir em 2030.
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