São Paulo, segunda-feira, 20 de agosto de 2007

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FÍSICA

Morre Ralph Alpher, teórico injustiçado do Big Bang

JOHN NOBLE WILFORD
DO "NEW YORK TIMES"

Ralph Alpher, físico cujos cálculos e trabalhos teóricos apoiaram o conceito de um Big Bang na origem do Universo -mas que teve sua contribuição esquecida depois-, morreu na semana passada em Austin, EUA.
Foi somente no mês passado que Alpher, 86, recebeu a Medalha Nacional de Ciência dos EUA por sua obra.
Em 1948, Alpher publicou dois trabalhos científicos seminais sobre a origem do Universo. O primeiro foi escrito com seu orientador de doutorado, George Gamow, e mostrava como, à medida que o Universo primordial resfriou, as partículas remanescentes se combinaram para formar todos os elementos conhecidos. Gamow, um piadista, incluiu como co-autor no trabalho o físico Hans Bethe. A autoria por Alpher, Bethe e Gamow era uma brincadeira com as três primeiras letras do alfabeto grego (alfa, beta e gama) -algo apropriado para um artigo sobre gênese cósmica.
Em outro trabalho, Alpher e Robert Herman previram que o momento explosivo da criação do Universo deixaria uma radiação de fundo, que ainda estaria ecoando pelo espaço na forma de ondas de rádio. Os astrônomos duvidaram e não procuraram por esse eco do Big Bang.
Até que, em 1964, Arno Penzias e Robert Wilson, dos Laboratórios Bell, detectaram acidentalmente o chiado da chamada radiação cósmica de fundo, prevista por eles independentemente. O trabalho rendeu o Prêmio Nobel à dupla. Alpher e Herman foram esquecidos.


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