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FÍSICA
Morre Ralph Alpher, teórico injustiçado do Big Bang
JOHN NOBLE WILFORD
DO "NEW YORK TIMES"
Ralph Alpher, físico cujos
cálculos e trabalhos teóricos
apoiaram o conceito de um
Big Bang na origem do Universo -mas que teve sua
contribuição esquecida depois-, morreu na semana
passada em Austin, EUA.
Foi somente no mês passado que Alpher, 86, recebeu a
Medalha Nacional de Ciência dos EUA por sua obra.
Em 1948, Alpher publicou
dois trabalhos científicos seminais sobre a origem do
Universo. O primeiro foi escrito com seu orientador de
doutorado, George Gamow, e
mostrava como, à medida
que o Universo primordial
resfriou, as partículas remanescentes se combinaram
para formar todos os elementos conhecidos. Gamow,
um piadista, incluiu como
co-autor no trabalho o físico
Hans Bethe. A autoria por
Alpher, Bethe e Gamow era
uma brincadeira com as três
primeiras letras do alfabeto
grego (alfa, beta e gama) -algo apropriado para um artigo
sobre gênese cósmica.
Em outro trabalho, Alpher
e Robert Herman previram
que o momento explosivo da
criação do Universo deixaria
uma radiação de fundo, que
ainda estaria ecoando pelo
espaço na forma de ondas de
rádio. Os astrônomos duvidaram e não procuraram por
esse eco do Big Bang.
Até que, em 1964, Arno
Penzias e Robert Wilson, dos
Laboratórios Bell, detectaram acidentalmente o chiado da chamada radiação cósmica de fundo, prevista por
eles independentemente. O
trabalho rendeu o Prêmio
Nobel à dupla. Alpher e Herman foram esquecidos.
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