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Transgênico só será identificado
depois de 2012, conclui encontro
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
Os países-signatários do Protocolo de Cartagena sobre biossegurança decidiram estender para
2012 o prazo de transição para a
identificação clara de substância
transgênica em cargas destinadas
à exportação. A redação final abre
possibilidade para revisão dessa
regra, caso a experiência de alguns países demonstre que a
identificação é inviável.
Aprovada em plenário, essa decisão fechou na noite de sexta-feira a MOP-3 (3ª Reunião das Partes) do protocolo. O afrouxamento do prazo protela a adoção de
regras rígidas para movimento de
cargas transfronteiriças, incluindo as realizadas com países não-signatários, como os EUA. Nenhum dos participantes, porém,
admitiu fracasso das negociações.
O texto do governo do Brasil
que orientou o debate propunha
limite de quatro anos para adaptação da informação. Ele defendia
a progressiva adoção do termo
"contém" OVM (organismo vivo
modificado) até 2010.
A dilação foi resultado da pressão do México. Parceiro dos EUA
e do Canadá no Nafta (Acordo de
Livre Comércio da América do
Norte), o país conseguiu abrandar, no texto final, a tentativa da
maioria de exigir que países não-signatários do acordo seguissem
as mesmas regras nas transações
bilaterais. O documento só vai
"convidar" os não-signatários a
adotar as regras do protocolo -o
texto inicial propunha "exortar".
A ministra Marina Silva (Meio
Ambiente) fechou a reunião dizendo lamentar que a posição da
maioria dos 132 membros do protocolo não tenha sido seguida.
A socióloga Marijane Lisboa, da
Associação de Agricultura Orgânica, disse que os negociadores
"fizeram tudo o que o México
quis". O diretor de políticas públicas do Greenpeace, Sérgio Leitão,
chamou de "chocho" o texto final.
Mesmo com a prorrogação do
prazo, o governo brasileiro pretende abrir já linhas de crédito especiais para estimular produtores
e exportadores a fazer a identificação clara do produto transgênico.
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