|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Para ministra, chance de acordo
sobre recursos genéticos é baixa
DA REPORTAGEM LOCAL
A discussão sobre o tema mais
espinhoso da COP-8 mal começou, mas os organizadores já admitem que será difícil chegar a
um acordo concreto sobre o acesso a recursos genéticos derivados
da biodiversidade e à repartição
de benefícios oriundos deles.
O tema vinha sendo considerado o ponto focal da conferência. A
idéia é que os países detentores da
maior parte da diversidade biológica da Terra, bem como as populações tradicionais, que utilizam
há milênios os recursos de espécies animais e vegetais, sejam recompensados por dar uso econômico a esse potencial.
Há o compromisso para transformar essa idéia num regime internacional de acesso e repartição
de benefícios. "A posição brasileira [nas negociações] será em favor do direito soberano das nações sobre esses recursos", disse o
embaixador Antônio de Aguiar
Patriota, do Ministério das Relações Exteriores, que chefia a delegação de negociadores do Brasil.
"O Brasil é rico em biodiversidade e riquíssimo em conhecimentos tradicionais, e por isso
queremos resguardar tanto a soberania nacional quanto os direitos das comunidades tradicionais
sobre esses recursos", completou
Marina Silva, ministra do Meio
Ambiente. Até aí, é o que se espera de uma nação do grupo das
chamadas megadiversas (estima-se que o Brasil, sozinho, tenha de
15% a 20% das espécies da Terra).
Marina Silva, no entanto, deixou claro que "não há expectativa
para um avanço a curto prazo"
em relação ao regime internacional. "Não está previsto que um
documento sobre isso seja finalizado aqui em Curitiba."
Marcelo Furtado, da ONG
Greenpeace, diz que a provável
falta de acordo é resultado de negociações anteriores em Granada,
Espanha. "No documento que
veio de lá, você tem visões antagônicas convivendo. A não ser que
você negocie essa linguagem, vai
chegar a um impasse inevitável",
avalia. "Vai ser preciso pelo menos demonstrar que há vontade
política para quebrar isso."
(RJL)
Texto Anterior: Humanidade causa nova onda de extinção Próximo Texto: Transgênico só será identificado depois de 2012, conclui encontro Índice
|