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Deputados aprovam lei que regulamenta cobaia
Texto deve seguir agora para votação no Senado
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Câmara dos Deputados
aprovou ontem, em votação
simbólica, a lei Arouca, o projeto que regulamenta o uso de
animais em experimentos
científicos. Se aprovada no Senado, será a primeira regra federal sobre pesquisas e atividades de ensino com cobaias, legalizando-as. Seu primeiro
efeito prático, porém, será acabar com leis municipais que
tentam proibir a pesquisa com
animais, em disputa no Rio de
Janeiro e em Florianópolis.
A nova lei aponta o Ministério de Ciência e Tecnologia como responsável por licenciar
instituições e fiscalizar do uso
das normas estabelecidas. A
proposta cria o Concea (Conselho Nacional de Controle de
Experimentação Animal) e a
CEUA (Comissão de Ética no
uso de Animais), que terão entre seus membros alguns representantes de sociedades
protetoras dos animais. Os órgãos deverão auxiliar na fiscalização do cumprimento das
normas relativas à utilização
humanitária de cobaias.
A lei Arouca tramita desde
1995. A aprovação foi descrita
por deputados como "um passo
importantíssimo para inserir o
país entre os países aptos a participarem de pesquisas de grande relevância".
O projeto também fixa penas
para estabelecimentos que
transgredirem as novas normas da CEUA, como multa de
até R$ 20 mil, interdição e suspensão de financiamento. Pesquisadores também poderão
ser suspensos e multados.
Não estão sobre a alçada da
Lei Arouca a profilaxia e o tratamento veterinário do animal,
a tatuagem, marcação ou aplicação de outro método com finalidade de identificação que
não cause dor ou aflição prolongadas, além de intervenções
não-experimentais relacionadas às práticas agropecuárias.
"Foi uma conquista importantíssima", disse o neurocientista Luiz Eugênio Mello, presidente da Fesbe (Federação de
Sociedades de Biologia Experimental). "O presidente da Câmara, Alindo Chinaglia, conduziu a votação da melhor maneira, acomodando todos os interesses. Como a lei foi aprovada
por unanimidade na câmara,
achamos que há uma grande
probabilidade de ela ser aprovada igualmente do Senado."
(MARIA CLARA CABRAL)
Colaborou a Reportagem Local
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