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Sempre existirão horóscopos, dizem cientistas
DE SÃO PAULO
Por mais que entender o
método científico faça com
que as pessoas fiquem mais
céticas, os cientistas apostam que sempre existirá gente acreditando em astrologia.
"Quase todos os jornais
publicam horóscopos, por
exemplo", diz Chris Impey,
lembrando que, mesmo entre os mais instruídos, ou em
países famosos pela qualidade da sua educação, a crença
nela ou em outras pseudociências é comum.
Entre as mais comuns,
dois exemplos são a grafologia (analisar a caligrafia para
obter informações sobre personalidade, utilizada por algumas empresas na hora de
contratar) e a homeopatia
(tratamento com substâncias
tão diluídas que não resta
mais traço delas no remédio).
Nenhuma das duas se baseia em evidências científicas. "Ainda assim, tenho colegas na Unicamp que acreditam em coisas assim", diz
Renato Sabbatini.
"Se tomo um remédio e
melhoro, claro que vou achar
que foi o remédio, por mais
que tenha sido só uma coincidência. Os médicos brincam que um resfriado tratado
dura sete dias e um não tratado dura uma semana. Temos
facilidade para acreditar."
É necessário, então, relaxar um pouco o conceito de
analfabetismo científico, diz.
"Existem várias pessoas com
várias crenças que, mesmo
assim, são boas cientistas."
Para os pesquisadores, a
astrologia é especialmente
sedutora. "Frases vagas como "às vezes você é sociável,
mas com frequência se torna
mais reservado" costumam
impressionar", diz Impey.
Sabbatini concorda: "A
pessoa lê algo como "às vezes
você se estressa, mas logo depois melhora" e pensa "olha,
eu sou assim", não pensa que
é só uma coincidência."
Se encarada como uma autoajuda sem base científica, a
astrologia nem é tão perigosa, diz Impey. "Eu não gosto
de astrologia, mas acho que a
crença nela não é tão preocupante quanto a ignorância
sobre evolução, genética ou
o Big Bang", diz Impey.
(RM)
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