São Paulo, quarta-feira, 21 de novembro de 2007

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Kyoto será cumprido, diz Convenção do Clima

Redução de emissões de CO2 será de 11% em 2012

DA REDAÇÃO

O Protocolo de Kyoto, único acordo internacional contra o efeito estufa, será cumprido em 2012 com folga. A constatação é da Convenção do Clima das Nações Unidas. E o mérito é do colapso do comunismo no Leste Europeu nos anos 1990.
Segundo dados divulgados ontem pelo secretário-executivo da convenção, o holandês Yvo de Boer, os países industrializados chegarão em 2012, último ano do acordo, emitindo 11% menos gases de efeito estufa (que esquentam o planeta) do que em 1990. Kyoto prevê que a redução média desses países, chamados coletivamente de Anexo 1, seja de 5,2%.
No entanto, as emissões de 36 países com metas a cumprir pelo protocolo estão crescendo em um ritmo que De Boer qualificou como "preocupante". Elas atingiram o segundo maior valor da história em 2005 e não pararam de crescer. Na Espanha, por exemplo, o crescimento esperado até 2010 é de 52% em relação a 1990; na Turquia, de 157%. Segundo De Boer, a janela de oportunidade para reverter essa tendência -e evitar as mudanças climáticas catastróficas- é estreita.
O segredo do sucesso de Kyoto está nas chamadas "economias de transição". Trata-se do antigo bloco comunista do Leste Europeu. Esses países, como a Polônia e a Romênia, tinham indústrias pesadas e muito sujas, que fecharam com o colapso do regime soviético.
Segundo os dados da Convenção do Clima, as economias de transição terão uma queda de 27,5% em suas emissões entre 2008 e 2012 em relação a 1990, mesmo com seu ressurgimento econômico durante os anos 2000. Os outros países do Anexo 1 verão suas emissões crescerem 3,8% em média.
Apenas dois países ricos, Reino Unido (19% de queda) e Alemanha (21,3% de queda), cumprirão sua meta de Kyoto sem nenhum esforço adicional.
As emissões dos EUA, maior poluidor do mundo -que rejeitou Kyoto- cresceram 16% entre 1990 e 2005, e devem chegar a 2012 26% maiores.
De Boer reafirmou que é fundamental tentar trazer os EUA para o esforço global de corte de emissões que deverá ser feito após 2012, quando Kyoto expira. As negociações de um acordo substituto para o protocolo começam no mês que vem em Bali, Indonésia.


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