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Kyoto será cumprido, diz Convenção do Clima
Redução de emissões de CO2 será de 11% em 2012
DA REDAÇÃO
O Protocolo de Kyoto, único
acordo internacional contra o
efeito estufa, será cumprido em
2012 com folga. A constatação é
da Convenção do Clima das Nações Unidas. E o mérito é do colapso do comunismo no Leste
Europeu nos anos 1990.
Segundo dados divulgados
ontem pelo secretário-executivo da convenção, o holandês
Yvo de Boer, os países industrializados chegarão em 2012,
último ano do acordo, emitindo
11% menos gases de efeito estufa (que esquentam o planeta)
do que em 1990. Kyoto prevê
que a redução média desses
países, chamados coletivamente de Anexo 1, seja de 5,2%.
No entanto, as emissões de
36 países com metas a cumprir
pelo protocolo estão crescendo
em um ritmo que De Boer qualificou como "preocupante".
Elas atingiram o segundo
maior valor da história em
2005 e não pararam de crescer.
Na Espanha, por exemplo, o
crescimento esperado até 2010
é de 52% em relação a 1990; na
Turquia, de 157%. Segundo De
Boer, a janela de oportunidade
para reverter essa tendência
-e evitar as mudanças climáticas catastróficas- é estreita.
O segredo do sucesso de Kyoto está nas chamadas "economias de transição". Trata-se do
antigo bloco comunista do Leste Europeu. Esses países, como
a Polônia e a Romênia, tinham
indústrias pesadas e muito sujas, que fecharam com o colapso do regime soviético.
Segundo os dados da Convenção do Clima, as economias
de transição terão uma queda
de 27,5% em suas emissões entre 2008 e 2012 em relação a
1990, mesmo com seu ressurgimento econômico durante os
anos 2000. Os outros países do
Anexo 1 verão suas emissões
crescerem 3,8% em média.
Apenas dois países ricos, Reino Unido (19% de queda) e Alemanha (21,3% de queda), cumprirão sua meta de Kyoto sem
nenhum esforço adicional.
As emissões dos EUA, maior
poluidor do mundo -que rejeitou Kyoto- cresceram 16% entre 1990 e 2005, e devem chegar a 2012 26% maiores.
De Boer reafirmou que é fundamental tentar trazer os EUA
para o esforço global de corte
de emissões que deverá ser feito após 2012, quando Kyoto expira. As negociações de um
acordo substituto para o protocolo começam no mês que vem
em Bali, Indonésia.
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