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Neurologistas explicam ação antiderrame do vinho tinto
Substância induz célula a
se defender contra asfixia
DA REDAÇÃO
Um experimento com camundongos revelou o mecanismo pelo qual o resveratrol, uma
das substâncias benéficas do vinho tinto, ajuda a proteger o organismo contra derrames cerebrais. Em estudo publicado no
periódico "Experimental Neurology", cientistas da Universidade Johns Hopkins, de Maryland (EUA), mostraram que a
substância controla o nível da
enzima heme-oxigenase, já conhecida por aumentar a resistência de neurônios à asfixia.
Para provar a hipótese, os
pesquisadores simularam derrames nas cobaias, cortando
temporariamente o fluxo de
sangue para os cérebros dos
animais. Aqueles que estavam
recebendo resveratrol regularmente apresentaram menos tecido lesionado no cérebro.
Na segunda etapa do experimento, os cientistas realizaram
o mesmo estudo em dois grupos de camundongos que tinham deficiência na produção
de heme-oxigenase. Desta vez,
o benefício do resveratrol não
foi verificado, sugerindo a relação entre as duas substâncias.
"O resveratrol em si pode não
ser aquilo que está protegendo
as células do cérebro de danos
diretos causados por radicais livres [moléculas altamente reativas]", disse Sylvain Doré, líder
da pesquisa, que foi patrocinada pelos Institutos Nacionais
de Saúde dos EUA e pelo Wine
Institute, a associação de vinícolas da Califórnia. Na verdade,
diz Doré, "o resveratrol com
seus metabólitos [substâncias
remanescentes de reações metabólicas] pode estar induzindo
as células a se defenderem".
Os autores do estudo alertam, porém, que tomar vinho
em excesso pode anular os efeitos positivos do resveratrol,
pois os malefícios do álcool podem superá-los. E mesmo o
efeito de resveratrol isolado
ainda é incerto, pois nunca passou por teste em voluntários
humanos -apesar de já estar
sendo incluído em alguns suplementos vitamínicos vendidos pela internet nos EUA.
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