São Paulo, terça-feira, 22 de junho de 2010

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FOCO

Escavação revela ocupação do rio Paraná há 7.000 anos

ELIDA OLIVEIRA
DE SÃO PAULO

Cerca de 148 mil objetos encontrados por arqueólogos às margens do rio Paraná, entre os Estados de São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul, revelam que grupos de caçadores-coletores pré-históricos habitavam a região há mais 7.000 anos.
"Não havia conhecimento sobre estes povos nesta região antes de começarmos o trabalho", diz o arqueólogo da UFMS (Universidade Federal do Mato Grosso do Sul) Gilson Martins.
"Os materiais mostram que o rio tornou o deslocamento dessas populações mais fácil", diz a arqueóloga Ruth Künzli, da Unesp.
Os objetos estão sendo coletados desde 1993 e fazem parte do resgate arqueológico, que precisou ser feito devido à construção de usinas hidrelétricas na região.
Em mais de cem sítios localizados, foram escolhidos 48 para escavação: 23 pesquisados pela Unesp e 25 pela UFMS. O trabalho deverá ser concluído até dezembro.
Künzli destaca a localização de 11 urnas funerárias com ossos no sítio arqueológico Lagoa São Paulo-2, em Presidente Epitácio.
"Temos a impressão de que neste sítio houve o ponto de contato entre a tradição guarani e a missionária."
De acordo com Martins, um aquecimento climático há cerca de 2.000 anos fez com que grupos que deram origem às etnias tupinambá, tupiniquim e guarani iniciassem uma migração da Amazônia para o interior e litoral.
"Com as datações, vemos que os guaranis não estavam aqui antes de 800 ou 900 anos atrás", diz Martins.


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