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São Paulo, quarta-feira, 22 de outubro de 2003

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ESPAÇO

Cbers-2 vai coletar informações ambientais para China e Brasil; mais dois aparelhos devem ser lançados até 2010

Satélite sino-brasileiro já está em órbita

Li Ganga/Xinhua
Foguete chinês decola da base de Taiyuan, no norte do país, levando a bordo o satélite Cbers-2


MAURÍCIO EIRÓS
DAS REGIONAIS, EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

Com um atraso de cinco anos, o Cbers-2 (o segundo Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres, na sigla em inglês) foi colocado em órbita. O equipamento decolou na madrugada de ontem do Centro de Lançamento de Satélites de Taiyuan (a 800 km de Pequim), no norte da China. O satélite deve operar no espaço por dois anos, tempo de vida útil do equipamento, a 778 km da Terra.
O Cbers-2 será usado para coletar dados para pesquisas ambientais, agrícolas, de planejamento urbano e poluição de água. Tanto a China quanto o Brasil terão direito a usar o satélite. Cada país gerenciará as informações obtidas em intervalos de seis meses.
Os chineses foram responsáveis por 70% dos investimentos com o Cbers-2, que custou US$ 50 milhões. O Brasil arcou com 30% do valor do equipamento. O programa total, que incluiu o lançamento do Cbers-1 em 1999, custou US$ 300 milhões.
"Nosso principal obstáculo sempre foi a falta de recursos. Mas, enfim, pudemos comemorar, com sucesso, o lançamento do segundo satélite desta parceria com os chineses", afirmou Luiz Carlos Moura Miranda, diretor do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), em São José dos Campos. Segundo Miranda, o cronograma da parceira previa o lançamento do Cbers-2 em 1998.
O satélite fornecerá imagens geradas por um software 100% nacional. Miranda disse que a partir de hoje o Inpe dará continuidade ao programa. Serão iniciados os estudos para os trabalhos de lançamento dos Cbers-3 e 4, que encerrarão a série em 2010.
O satélite tem câmeras de alta resolução (veja quadro abaixo, à dir.), que produzem imagens em uma faixa de 113 quilômetros, com resolução de 20 metros, e permitem o acompanhamento de desmatamentos e queimadas. A cobertura total da Terra será feita pelo satélite em 26 dias.
O satélite fez sua primeira passagem pelo território brasileiro às 11h25 de ontem, com duração de 18 minutos, monitorado pela base de Alcântara (MA). Ele cruzou também a base de Cuiabá (MT).
O presidente chinês, Hu Jintao, e o brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, trocaram cumprimentos por telefone pelo lançamento. Cerca de 20 brasileiros, a maioria técnicos do Inpe, estão na China acompanhando a operação.

Com agências internacionais


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