São Paulo, sexta-feira, 23 de março de 2001

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PANORÂMICA

ASTRONÁUTICA

Falhas obrigaram Rússia a destruir estação Mir, afirma ex-comandante
A decisão de derrubar a estação espacial Mir foi majoritariamente técnica, não financeira. Quem deu a entender isso foi Vladimir Solovyov, o primeiro comandante da estação. Em entrevista coletiva, o cosmonauta disse que o comportamento cada vez mais errático da estação assinou sua sentença de morte.
"Há cerca de um ano, começamos a notar algumas falhas significativas acumulando sobre nós. Percebemos que não podíamos evitar o que estava acontecendo e não sabíamos como repará-la", afirmou Solovyov.
A estação de 15 anos havia sido projetada originalmente para durar três. Sua destruição hoje leva de roldão vários objetos acumulados dentro do complexo ao longo desse período. Entre eles, alguns livros religiosos, como o Alcorão e a Bíblia, uma foto do primeiro homem a fazer um vôo orbital, o cosmonauta Yuri Gagarin, e até fungos mutantes. Espera-se que nada disso resista à reentrada na atmosfera.
Embora a incapacidade de manter a Mir se explique também pela falta de recursos financeiros para consertá-la e ao mesmo tempo cumprir os compromissos com a Estação Espacial Internacional, os russos temiam a perda de controle da antiga estação, que poderia resultar em uma queda descontrolada e em uma possível catástrofe, em caso de queda sobre áreas habitadas.
"Precisamos derrubá-la enquanto ainda podemos fazê-lo com segurança", disse Yuri Koptev, diretor da Rosaviakosmos (agência espacial russa), ao justificar a decisão do governo de destruir a estação.
(DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)


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