DA REDAÇÃO

Cai o último obstáculo para que Dennis Tito, 60, realize seu sonho de infância: ir ao espaço. Com a desistência da Nasa (agência espacial dos EUA) de impedir seu embarque numa nave russa Soyuz com destino à Estação Espacial Internacional (ISS), o primeiro turista orbital da história deve decolar sábado que vem.
A informação, ainda não confirmada oficialmente pela Nasa, saiu nas revistas norte-americanas "Time" e "Newsweek". O acordo teria sido alcançado com a assinatura de termos de compromisso por Tito, em que ele e seus parentes prometem abster-se de processar a agência, caso algo dê errado na viagem. Além disso, o milionário se compromete a pagar qualquer coisa que venha a danificar a bordo da estação espacial.
"Eles vieram até mim e me pediram que assinasse um contrato dizendo que teria de pagar caso quebrasse alguma coisa", disse Tito à "Newsweek" na sexta-feira. "Eu passei a maior parte deste último ano trabalhando para realizar isso. Não quero cantar vitória, mas agora tudo que tenho de enfrentar é o próprio vôo."
Kirsten Larson, porta-voz da Nasa, disse à "Reuters" que os participantes da ISS (EUA, Japão, Canadá e Europa) estavam buscando maneiras de resolver a questão e chegar a um consenso. "Até que todos os parceiros tenham acordado uma posição comum, não posso comentar quais seriam os resultados específicos", afirmou. "Ao mesmo tempo, a Nasa pediu à equipe de operações que examine o programa da tripulação da estação durante o período em que a Soyuz estará acoplada e a tripulação visitante, na estação, para saber quais modificações podem ser feitas, se necessário, para garantir segurança."
Tito, um engenheiro espacial que amealhou fortuna avaliada em US$ 200 milhões administrando o fundo de investimento Wilshire Associates, teria pago US$ 20 milhões -valor que nenhuma das partes confirma- à agência espacial russa para viajar até a estação espacial Mir.
Foi justamente a falta de fundos para manter a obsoleta Mir em operação que obrigou os russos a derrubá-la, frustrando Tito. Em 30 de janeiro, novo contrato permitiu aos russos ficar com o dinheiro, contra oito dias na ISS.