São Paulo, terça-feira, 23 de julho de 2002

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COMPORTAMENTO

Estudo feito nos EUA mostra que membros de cada sexo arquivam dados na memória de forma distinta

Cérebro feminino guarda melhor emoção

STEVE CONNOR
DO "THE INDEPENDENT"

Homens que esquecem momentos cruciais de sua vida afetiva agora têm a desculpa perfeita: seus cérebros não foram feitos para recordar coisas que as mulheres acham fáceis de lembrar.
Um estudo descobriu que as mulheres pensam diferente dos homens, pelo menos em termos do quanto elas memorizam e recordam eventos que têm forte componente emocional, como uma briga com o namorado.
Os cientistas descobriram que homens e mulheres usam partes diferentes do cérebro para criar memórias emocionais e que a fêmea é mais equipada para ter acesso a esse banco de dados.
Testes psicológicos já haviam sugerido que homens e mulheres diferem em sua habilidade de recordar eventos, mas a última pesquisa mostra que essa habilidade não é meramente resultado de prática, mas está ligada a uma diferença inata na química cerebral.
Turhan Canli e seus colegas na Universidade Stanford, na Califórnia (EUA), usaram um rastreador cerebral para ver como 12 homens e 12 mulheres respondiam a um conjunto de cerca de cem fotografias, indo de imagens de conteúdo emocional zero (um hidrante de rua) às altamente emocionais (corpos mutilados).
"Homens e mulheres ativaram circuitos nervosos diferentes para codificar os estímulos na memória", disseram os cientistas, em artigo na revista da Academia Nacional de Ciências dos EUA, a "PNAS" (www.pnas.org).
O exame mostrou que mulheres tendiam a usar mais áreas do hemisfério esquerdo do cérebro, ao passo que os homens usavam os dois hemisférios igualmente.
Três semanas após o experimento, cada pessoa passou por um teste-surpresa, onde ele ou ela eram questionados sobre se podiam se lembrar de uma imagem particular com um forte conteúdo emocional. As mulheres se lembraram dessas imagens com bem mais facilidade que os homens.
"Mulheres se lembram de mais eventos autobiográficos emocionais do que homens em testes cronometrados, produzem memórias mais rápido ou com maior intensidade emocional e têm memórias mais vívidas do que seus parceiros em acontecimentos como o primeiro encontro, as últimas férias ou uma discussão recente", dizem os cientistas.



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