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Plano para clima custará €3 por semana a europeus
UE diz que medida vai onerar seu setor produtivo e promete "proteger" empresas se acordo global contra efeito estufa não vingar
Christophe Karaba/Efe
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Torres de resfriamento de usina nuclear em Cattenom, França; tecnologia não emite carbono |
DA REDAÇÃO
Os cidadãos da UE (União
Européia) terão de desembolsar 3 cada um por semana para ajudar a bancar o plano do
bloco de países contra o aquecimento global. O valor estimado do projeto, que prevê um
corte de 20% na emissão de gases de efeito estufa até 2020
(em relação aos níveis de 1990),
foi anunciado ontem.
Em entrevista coletiva, o
presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, anunciou que o plano deve consumir em média 0,5% do
PIB da UE anualmente -um
preço que considerou barato,
porque o custo de não fazer nada seria muito maior.
"Todo dia o preço do petróleo e da gasolina sobe, e o custo
real do pacote [o plano da UE
contra o efeito estufa] cai", disse. "Ao invés de custos, deveríamos estar falando de ganhos
para a União Européia."
Segundo Durão Barroso, boa
parte do plano será bancada
por meio da taxação de indústrias poluidoras, sobretudo no
setor de energia. O sistema tributário usado para isso será o
"cap-and-trade" (no qual emissões acima de uma certa quota
são comercializadas).
A usinas movidas a combustíveis fósseis deverão ter de desembolsar cerca de 50 bilhões por ano para poder funcionar. Esse dinheiro deverá
servir, entre outras coisas, para
estimular a construção de usinas de geração de energia por
meio de fontes renováveis.
A taxação e a conversão tecnológica farão o preço da eletricidade subir em média 15%, estima a UE. Haverá metas obrigatórias de cortes de emissão
para os 27 países do bloco, mas
a distribuição será desigual.
Nações ocidentais mais ricas
terão cortes mais profundos
para permitir que as do Leste
europeu tenham seu crescimento menos comprometido.
Proteção comercial
O presidente da Comissão
Européia deu destaque em seu
discurso ao fato de que todas
essas medidas devem onerar o
setor produtivo nos países do
bloco. Isso pode comprometer
a competitividade de produtos
europeus no mercado externo,
caso os parceiros comerciais do
bloco não entrem em acordo
sobre um pacto global para reduzir as emissões de gases-estufa em tempo hábil.
"Se não fizermos progresso
com esse acordo global, nós vamos proteger as empresas européias", disse Durão Barroso,
dando sinal de que poderão
surgir barreiras para importação. "Se eles [outros países]
acham que nossas medidas são
protecionistas, por favor façam
o mesmo. Tentem atingir as
mesmas metas."
A UE diz que deve aumentar
para 30% sua meta de corte até
2020, se outros países concordarem com um plano global
com meta de 20%.
De acordo com o plano europeu, as fontes de energia renovável deverão representar 20%
matriz energética em 2020.
Hoje elas são 8,5% apenas. A
mudança representará o corte
de 900 milhões de toneladas de
CO2.
Fontes de energia como vento, sol e biocombustíveis movimentam um volume total de
30 bilhões hoje na europa. Expandir o setor custará 18 milhões por ano, mas resultará
em economia de energia e mais
empregos, afirma Durão Barroso. A UE projeta uma estimativa de receita de 15 bilhões
para o setor em 2016.
A porcentagem de biocombustíveis na matriz energética
de transporte deverá ser de
10% até o fim do período do
plano, mas leis exigirão que sua
produção tenha de ser "ambientalmente neutra".
Insuficiente
O plano europeu para cortes
de emissões foi considerado relativamente tímido por ONGs
ambientalistas. "As partes promissoras desse pacote energético acabam sendo ocultadas
por uma meta para gases-estufa que está bem abaixo do necessário", diz Sonja Meister, da
Amigos da Terra. "Reduzir os
gases estufa em 20% simplesmente não é o suficiente."
O IPCC (painel do clima da
ONU) estima que as emissões
globais de gases-estufa têm de
cair pela metade até 2050. Se
isso não for feito, o aumento da
temperatura média do globo
deve ultrapassar os 2C, limite
considerado "perigoso".
O Greenpeace criticou a meta para biocombustíveis no setor de transporte, alegando que
essa fonte, na Europa, é mais
adequada para eletricidade.
Com agências internacionais
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