São Paulo, terça-feira, 24 de fevereiro de 2004

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ESPAÇO

Acidente ocorreu durante transporte de um propulsor de combustível sólido, mesmo tipo usado no VLS brasileiro

Incêndio mata seis em centro indiano

DA REDAÇÃO

Um incêndio ocorrido na manhã de ontem provocou pelo menos seis mortes e feriu outras três pessoas no principal centro espacial da Índia, na ilha de Sriharikota, na costa leste daquele país.
O Centro Espacial Satish Dhawan, onde ocorreu o acidente, é responsável pela montagem dos veículos lançadores de satélites indianos e possui uma plataforma de lançamento já usada por foguetes de diversos países.
O incêndio, contido algumas horas depois, ocorreu na instalação responsável pela fabricação e pelo manuseio de propulsores de combustível sólido -movidos por uma espécie de "pólvora high-tech" usada em alguns lançadores, mas mais comumente empregada em mísseis balísticos.
Esse tipo de propelente oferece maior segurança no manuseio cotidiano, mas torna-se perigoso uma vez iniciada a queima -que não pode ser interrompida.
O acidente aconteceu durante o procedimento de transporte de uma unidade contendo combustível sólido, segundo uma nota à imprensa divulgada pela Isro (Organização de Pesquisa Espacial Indiana, na sigla em inglês).
É um dos raros relatos de acidentes em terra envolvendo ignição de combustível sólido. Outro foi a destruição do foguete brasileiro VLS-1 (Veículo Lançador de Satélites), durante a preparação para um lançamento, em agosto do ano passado. Na ocasião, morreram 21 técnicos e engenheiros.
Apesar do acidente em Sriharikota, os responsáveis pelo programa espacial indiano dizem que não deve haver mudança imediata de planos para o futuro.
A Índia faz parte da elite espacial mundial, com capacidade para lançar satélites em órbitas polares (que passam por sobre os pólos) e geoestacionárias (em que o satélite fica sempre sobre o mesmo ponto da Terra).
Entre os projetos mais audaciosos para o futuro de seu programa espacial, os indianos planejam enviar uma sonda orbitadora de 250 kg até a Lua, a Chandrayaan-1, em 2008.
O programa indiano, apesar de estar sob controle civil, foi estimulado pela corrida armamentista com o Paquistão. Hoje a Índia gasta cerca de US$ 400 milhões anuais em projetos espaciais -dez vezes mais que o Brasil.


Com agências internacionais

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