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CONSERVAÇÃO
Espécies marinhas correm risco; uma já perdeu 97% da população
Simpósio faz apelo por tartarugas
MARCELO LEITE
ENVIADO ESPECIAL A SAN JOSÉ (COSTA RICA)
O 24º Simpósio da Sociedade
Internacional de Tartarugas Marinhas começou ontem em San
José, Costa Rica, com um apelo
pela preservação da tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea) do
Pacífico, cuja população sofreu
redução de 97% nos últimos 20
anos nos litorais das Américas,
sobretudo como resultado do uso
de redes na pesca industrial.
Seis de sete espécies reconhecidas internacionalmente de tartarugas marinhas se encontram
ameaçadas ou criticamente
ameaçadas de extinção, segundo
a IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza).
Uma das medidas anunciadas
na abertura do simpósio foi a criação de uma espécie de parque internacional marinho entre a ilha
de Cocos (Costa Rica) e a de Galápagos (Equador).
O nome oficial da reserva é Corredor Marinho Pacífico Oriental
Tropical. Terá 211 milhões de hectares e investimentos iniciais de
US$ 3,1 milhões.
O simpósio foi planejado pela
organização não-governamental
CI (Conservation International,
mais conhecida pela pronúncia
em inglês de sua sigla, "ci-ai"),
muito ativa no levantamento de
fundos e convencimento de governos quanto à necessidade de
criar parques e áreas de reserva
para a vida selvagem.
A Costa Rica foi escolhida como
sede do simpósio porque é considerada pioneira no estudo da história natural das tartarugas marinhas, iniciado por Archie Carr
nos anos 1950. Ontem, o ministro
do Ambiente e da Energia da Costa Rica, Carlos Manuel Rodríguez,
anunciou que o país estabeleceu a
meta de criar áreas de proteção
em 25% das águas em sua zona
exclusiva de exploração, a exemplo do que acontece na mesma
porção do seu território. Mas disse que a meta levará anos para ser
alcançada, porque isso representa
de 10 milhões a 15 milhões de hectares (dez vezes mais que a área
terrestre protegida).
Peter Seligmann, presidente da
CI, disse que esse é o maior desafio do movimento ambientalista:
estender para os mares os sucessos que vêm sendo obtidos na
conservação de ecossistemas terrestres. Citou como preocupante
o fato de que 60% dos oceanos do
mundo sejam uma espécie de mares de ninguém, dado que só 40%
de sua superfície se encontra nas
zonas exclusivas de exploração.
O jornalista Marcelo Leite viajou à Costa Rica a convite da Conservation International
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