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EMBRIOLOGIA
Células criam peixes com duas caudas
RICARDO BONALUME NETO
DA REPORTAGEM LOCAL
Ao tentar entender como os animais vertebrados formam suas
caudas, cientistas na França produziram peixes com duas delas. E
descobriram a parte do embrião
que funciona como principal formadora dos rabos, o chamado
"organizador" da cauda.
Todos vertebrados, incluindo o
homem, desenvolvem uma cauda
quando são embriões, que depois
desaparece (ou não).
O estudo foi feito com o peixe
popularmente conhecido como
paulistinha, comum em aquários
domésticos, cujo embrião transparente permite seu fácil estudo.
Antoine Agathon, Christine
Thisse e Bernard Thisse, do Instituto de Genética e de Biologia
Molecular e Celular, de Estrasburgo, França, fizeram experimentos
com células do embrião em uma
fase inicial, em que ele consiste
apenas em uma bola oca.
Os experimentos lembram outros, pioneiros, feitos por Hans
Spemann em 1924. Spemann ganhou o prêmio Nobel de Medicina de 1935 pela descoberta do "organizador", grupo de células que
induz à diferenciação de outras
em torno, servindo de fonte de sinais para a formação do eixo do
corpo do embrião.
Agathon e colegas escolheram
células que não pertencem ao
equivalente no peixe do organizador de Spemann. Elas foram implantadas em outros embriões. O
resultado foi a cauda extra.
A equipe também mapeou a sinalização bioquímica envolvida.
Curiosamente, parte da sinalização que forma a cauda também
está ligada à formação da cabeça
-só que pela estimulação, em
vez da inibição, dos sinais.
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