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EVOLUÇÃO
Semelhança é de 95%, concluem pesquisadores
Estudo aumenta distância entre os genes de homem e chimpanzé
RICARDO BONALUME NETO
DA REPORTAGEM LOCAL
O chimpanzé continua sendo o animal mais aparentado com o
homem -só que agora um pouquinho menos. Um novo estudo
do material genético desses dois
primatas mostrou que a semelhança entre as sequências de
DNA não é de 98,5%, como se
acreditava, mas da ordem de 95%.
Todos os seres vivos têm os ácidos nucléicos como seu material
genético. Divergências e semelhanças na sequência de DNA
-ácido desoxirribonucléico-
servem para medir o grau de proximidade entre dois organismos.
Dois pesquisadores, Dave Kohne e Roy J. Britten, desenvolveram anos atrás um método para
medir a divergência utilizando a temperatura em que trechos semelhantes de DNA de duas espécies se separavam um do outro.
"Isso levou a citações generalizadas de que nós éramos 98,5%
similares aos chimpanzés em
DNA", escreveu Britten na edição
de hoje da revista "Proceedings of
the National Academy of Sciences" (www.pnas.org).
Britten agora surgiu com uma
estimativa melhor. O novo estudo
fez uma análise direta de 735.000
bases (as "letras" do DNA) do genoma humano e do chimpanzé.
O estudo validou o índice anterior de 1,4% de diferença, com base nas substituições de uma base
por outra. Mas foi além da estimativa antiga, pois também incluiu os "indels", sigla em inglês
para "eventos de inserção ou eliminação", em que uma ou mais
bases de DNA se perde ou é enxertada em outro lugar.
Ao adicionar os "indels", a semelhança entre os genomas dos
dois animais caiu para 95%.
Mesmo assim, a semelhança
continua sendo alta. O novo estudo aponta uma nova direção para
aperfeiçoar os estudos sobre a relação evolutiva entre espécies.
"Levar em conta os indels adicionou uma nova medida que será útil", disse Britten à Folha. Não resta dúvida que esse macaco é o parente mais próximo do ser humano hoje. Estudos futuros com DNA de gorila poderão esclarecer o papel na árvore evolutiva desse outro "primo" dos humanos.
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