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Medida atinge programa de Lula
Corte de crédito a quem desmata atingirá programa de agricultura familiar, propalado pelo presidente
Estudo mostra que, entre
o início do governo Lula e
outubro de 2007, pecuária
recebeu quase R$ 2 bilhões
em créditos na Amazônia
Rogério Cassimiro/Folha Imagem
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Boi em área desmatada para pasto em São Félix do Xingu, décimo município na lista do governo |
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O bloqueio de financiamento
público para atividades que
desmatem é um dos seis pontos
da ação imediata de combate à
devastação listados ontem pelo
governo. A medida alcançará
créditos do Pronaf (Programa
Nacional de Fortalecimento da
Agricultura Familiar), um dos
mais propalados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
além de financiamentos do
Banco do Brasil, do BNDES e
do Basa (Banco da Amazônia).
"O Pronaf terá de se adequar
às garantias de que o produtor
beneficiado não está desmatando", disse a ministra Marina
Silva (Meio Ambiente).
Ontem, o governo não dispunha de estimativa de impacto
da medida nem de valores de
operações de crédito destinadas atualmente à pecuária e ao
cultivo de grãos -atividades
econômicas associadas ao desmatamento. Estudo recente do
Imazon (Instituto do Homem e
Meio Ambiente da Amazônia),
no entanto, estimou em quase
R$ 2 bilhões os empréstimos
concedidos entre o início do governo Lula e outubro de 2007 a
pecuaristas na Amazônia.
Até o final do ano passado,
norma interna do Basa dispensava a regularidade ambiental
na concessão de empréstimos.
Decreto editado por Lula em
dezembro manda as agências
oficiais suspenderem o crédito
"de qualquer espécie" para atividade agropecuária e florestal
em imóvel em área embargada
por desmatamento ilegal. A
proibição alcança atividade comercial ou industrial vinculada
a esse tipo de produção. "Todas
as medidas são importantes,
não existe uma mais importante que a outra", avaliou Marina.
Entre as ações listadas pelo governo também está o monitoramento mensal das áreas embargadas e o reforço da Polícia
Federal no combate ao desmatamento. A partir de 21 de fevereiro, 800 agentes da PF reforçarão a fiscalização.
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