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COMENTÁRIO
Achado coroa maturidade de uma ciência
CLAUDIO ANGELO
EDITOR DE CIÊNCIA
Esqueça os fósseis empoeirados
e as bocarras abertas que arrancam "ohs!" de crianças em museus e na TV. Dinossauro é coisa
de gente grande. A descoberta de
Jack Horner e seus colegas, publicada na edição de hoje da revista
"Science" (www.sciencemag.org) vem coroar a maturidade da
paleontologia de vertebrados,
uma ciência que até alguns anos
atrás representava pouco mais
que colecionar selos e hoje é um
dos ramos mais quentes da biologia de organismos.
A partir da década de 1980, o estudo dos fósseis desses grades
répteis sofreu um chacoalhão,
apelidado nos EUA de "renascença dos dinossauros". Para isso
contribuíram uma série de achados espetaculares de fósseis na
Ásia, África e América do Sul, o
desenvolvimento da biomecânica
(disciplina que aplica as leis da
mecânica aos movimentos) e a revolução dos computadores, que
permitiu montar bases de dados
anatômicas e construir árvores
genealógicas, esclarecendo o lugar de dinos e aves na evolução.
O estudo dos dinossauros virou
também uma atividade multidisciplinar, que envolve biólogos,
geólogos, físicos, geógrafos e cientistas da computação. No início
desta década, a paleohistologia,
que estuda os tecidos biológicos
fossilizados, começou a responder a várias questões sobre a fisiologia desses animais. A descoberta das células do tiranossauro pode ser o começo de uma nova disciplina, a paleobiologia molecular
de dinos. O DNA é o limite.
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