São Paulo, sexta-feira, 25 de março de 2005

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COMENTÁRIO

Achado coroa maturidade de uma ciência

CLAUDIO ANGELO
EDITOR DE CIÊNCIA

Esqueça os fósseis empoeirados e as bocarras abertas que arrancam "ohs!" de crianças em museus e na TV. Dinossauro é coisa de gente grande. A descoberta de Jack Horner e seus colegas, publicada na edição de hoje da revista "Science" (www.sciencemag.org) vem coroar a maturidade da paleontologia de vertebrados, uma ciência que até alguns anos atrás representava pouco mais que colecionar selos e hoje é um dos ramos mais quentes da biologia de organismos.
A partir da década de 1980, o estudo dos fósseis desses grades répteis sofreu um chacoalhão, apelidado nos EUA de "renascença dos dinossauros". Para isso contribuíram uma série de achados espetaculares de fósseis na Ásia, África e América do Sul, o desenvolvimento da biomecânica (disciplina que aplica as leis da mecânica aos movimentos) e a revolução dos computadores, que permitiu montar bases de dados anatômicas e construir árvores genealógicas, esclarecendo o lugar de dinos e aves na evolução.
O estudo dos dinossauros virou também uma atividade multidisciplinar, que envolve biólogos, geólogos, físicos, geógrafos e cientistas da computação. No início desta década, a paleohistologia, que estuda os tecidos biológicos fossilizados, começou a responder a várias questões sobre a fisiologia desses animais. A descoberta das células do tiranossauro pode ser o começo de uma nova disciplina, a paleobiologia molecular de dinos. O DNA é o limite.


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