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AMBIENTE
Brasil fecha com Banco Mundial maior empréstimo do gênero, para garantir continuidade de políticas na área
País ganha seguro ambiental de US$ 1,2 bi
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Brasil fechou com o Banco
Mundial o maior programa de
empréstimos para área ambiental
já concedido pela instituição a um
país. O anúncio foi feito ontem
pelos ministros Marina Silva
(Meio Ambiente) e Antonio Palocci Filho (Fazenda) e envolve
até US$ 1,2 bilhão em quatro anos.
A primeira parcela do empréstimo, de US$ 505 milhões, já foi
aprovada pela diretoria do banco
e estará disponível para o Brasil
nos próximos dias.
Os recursos não irão diretamente para o Ministério de Meio Ambiente. Vão para o caixa da União
e servirão de respaldo para que o
governo federal mantenha projetos já em andamento pela pasta,
independentemente de problemas orçamentários.
Ou seja, servirá como uma espécie de seguro para que não falte de
dinheiro para programas listados
pelo Ministério de Meio Ambiente como prioritários. O orçamento deste ano é de R$ 464 milhões
para investimentos e custeio, exceto salários, dos quais 60% já foram executados.
O governo enviou uma lista
com os projetos para o Banco
Mundial, que deu seu aval. "O
Banco Mundial recebeu com
muita boa vontade o conjunto de
estudos e de práticas encaminhados à instituição e praticamente
respaldou aquilo que foi produzido no Ministério do Meio Ambiente. Na verdade, nós não estamos aqui implementando um
programa do Banco Mundial, estamos tendo um forte apoio do
Banco Mundial", disse Palocci.
Entre os projetos em andamento e que estarão garantidos pelo
programa com o banco, Marina
citou programas de combate ao
desmatamento da Amazônia, novo plano de reforma agrária que
inclui critérios para a concessão
de licenciamento ambiental para
os assentamentos e o primeiro
concurso público para a contratação de funcionários efetivos para
o ministério em 13 anos. Ao todo,
serão 610 analistas ambientais para o Ibama (Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis), ligado ao
MMA, e 300 para o ministério.
"Esse é um compromisso do governo, tanto do ponto de vista dos
recursos financeiros, a exemplo
do que já se tem no programa de
combate ao desmatamento,
quanto da implementação das
políticas", disse a ministra. "Os
ministros Palocci e Mantega [Guido, Planejamento] já garantiram
os recursos para o Orçamento do
ano que vem", completou. Palocci
confirmou e disse que o Orçamento de 2005 será conhecido
nos próximos dias. Pela lei, o governo tem de enviar a proposta
orçamentária do ano que vem ao
Congresso até o dia 31 deste mês.
Em teleconferência, o vice-presidente do Bird e diretor para o
Brasil, Vinod Thomas, disse que a
instituição fechou o programa em
reconhecimento dos esforços do
país na área ambiental.
Segundo ele, os países não podem só buscar o crescimento econômico, têm de procurar associar
o desenvolvimento sustentado
com a proteção ao ambiente.
O prazo de pagamento é de 17
anos, com cinco de carência. A taxa de juros é de 4,5% ao ano. O
programa prevê dois novos empréstimos ao longo dos próximos
quatro anos, de até US$ 700 milhões. Segundo os ministros Palocci e Marina, não haverá contrapartida financeira do governo.
Ela disse também que caberá ao
próprio governo apresentar os
dados sobre a continuidade dos
programas para que a diretoria do
Banco Mundial possa analisar e
decidir se aprova a liberação dos
recursos restantes.
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