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AMAZÔNIA
Para ambientalistas, decisão desmoraliza o Bird
Banco Mundial aprova US$ 30 mi para expandir soja em Mato Grosso
CLAUDIO ANGELO
EDITOR DE CIÊNCIA
O conselho da IFC (Corporação
Internacional de Finanças), braço
do Bird (Banco Mundial) encarregado de financiar a iniciativa
privada, aprovou anteontem um
financiamento de US$ 30 milhões
ao Grupo André Maggi para financiar o aumento da produção
de soja no leste de Mato Grosso.
O projeto foi criticado por ambientalistas, que vêem nele um
precedente para o financiamento
de atividades destrutivas na Amazônia, num retorno às práticas
ambientalmente incorretas do
banco nos anos 1980.
"O projeto foi aprovado nos termos da Maggi e da IFC", disse ontem à Folha Adriana Gomez, do
escritório de mídia da IFC. O conselho considerou que o financiamento ao Grupo Maggi poderia
ser enquadrado na chamada categoria B, para projetos de moderado risco ambiental.
O Fórum das ONGs, que reúne
19 organizações, queria a reclassificação do financiamento para a
categoria A, para projetos de alto
risco ao ambiente. Essa categoria
exige avaliação ambiental mais rigorosa. Eles pediram a reclassificação ao presidente do Bird, James Wolfensohn, que disse na última terça-feira estar "preocupado" com a questão da soja.
Para as ONGs, a decisão da IFC
desmoraliza Wolfensohn. "Fica
desmoralizada a consulta que ele
fez às ONGs na terça-feira, tentando ser bonzinho", disse Maurício Galinkin, da Fundação Centro Brasileiro de Referência e
Apoio Cultural, uma das organizações que fizeram o pedido.
A IFC diz que o financiamento
não é para aumento de área plantada, mas para financiar produtores que vendem soja para a Maggi.
Galinkin argumenta que, ainda
que o projeto não seja formalmente de expansão, seu impacto
será grande porque o dinheiro vai
ser financiar sojicultores numa
área muito extensa da mata amazônica de transição, o ecossistema
mais ameaçado da Amazônia.
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