|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Prazo para recadastrar imóveis em área mais crítica da Amazônia vai até março
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Proprietários rurais de 36
municípios listados como alvo
prioritário de ações de combate
ao desmatamento terão até
meados de março para recadastrar seus imóveis sob pena de
terem suspensos o CCIR (Certificado de Cadastramento de
Imóvel Rural), sem o qual não
podem obter crédito, negociar
a propriedade ou mesmo pleitear licença para a derrubada
no limite de 20% de suas terras
-onde o desmate é permitido.
O prazo foi definido ontem
em reunião dos ministros Guilherme Cassel (Desenvolvimento Agrário) e Marina Silva
(Meio Ambiente). É uma das
regras do recadastramento das
propriedades, apontado pelo
governo como um dos principais mecanismos para tentar
conter a devastação da floresta.
O recadastramento deverá
alcançar uma área de 80 milhões de hectares, estima o ministro do Desenvolvimento
Agrário. Essa área deve reunir
cerca de 80 mil propriedades e
posses. "É uma área bastante
complicada, será um trabalho
difícil", prevê Cassel.
Por meio do recadastramento de propriedades, o governo
pretende ter instrumentos para monitorar o desmatamento
e enquadrar os responsáveis
por crimes ambientais.
Desde ontem, está suspensa
a concessão de licenças de desmatamento nos 36 municípios
listados em portaria assinada
por Marina Silva. Mas o recadastramento começa depois do
Carnaval, com a publicação de
instrução normativa pelo Ministério do Desenvolvimento
Agrário, até 15 de fevereiro.
Proprietários de imóveis pequenos, com até quatro módulos fiscais, ou cerca de 400 hectares, não ficarão sujeitos ao
bloqueio do certificado. No caso dos pequenos produtores, o
prazo para recadastrar propriedades será de dois anos. E o
custo do trabalho será bancado
pelo governo. Os grandes proprietários terão de bancar mapas de satélite de suas terras.
Cassel defendeu pequenos
produtores e assentados da reforma agrária e disse que quem
desmata são grandes latifundiários. Já o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes,
disse que os assentados têm dificuldade em manter 80% de
reserva legal nos lotes. "Nos
20% que restam em pequenas
propriedades, nem japonês
consegue sobreviver", calcula.
Texto Anterior: Tratores continuam ceifando a floresta Próximo Texto: Polícia deixa de escoltar fiscais em Rondônia Índice
|